O professor Alípio de Sousa Filho, do Departamento de Ciências Sociais da UFRN, denunciou que alunos e professores da universidade se drogam nas dependências da instituição. Além disso, o docente disse que há traficantes que atuam dentro da universidade.
“Esses estudantes (usuários) encontram apoio em certos professores que, usuários de drogas, saem fazendo a apologia e até levando seus traficantes-mor para dentro do Campus para a venda de drogas a estudantes”, escreveu o professor em artigo publicado no site Carta Potiguar, em 8 de março.
Alípio Filho é o mesmo que dois dias antes da publicação do artigo se desentendeu com uma universitária que estava na aula dele com a filha de cinco anos. O texto no qual se defendeu da confusão em que seu nome se meteu acabou por revelar o consumo de droga na UFRN, o que foi confirmado por fontes ouvidas pela reportagem, e que não quiseram ter os nomes revelados.
Perguntado se já viu pessoas consumirem drogas na universidade, o aluno de iniciais G.H.D.L foi enfático: “Sou do Setor II. Aqui a gente vê isso todo dia”. A região do campus em que o universitário estuda é a mesma à qual o professor se referiu, e onde a estudante E.B.D afirma ver “até professor fumando maconha”, o que confirma o relato de Alípio Filho.
“Várias vezes saí da sala com as luzes dos corredores todas apagadas e só dava para ver as ‘luzinhas’ dos cigarros e o cheiro forte de maconha”, narrou o estudante H.M.
Os alunos contaram à reportagem que o consumo de maconha, a única droga que dizem ver na UFRN, tem se espalhado pelo campus. De acordo com eles, já é “bem comum” encontrar usuários pelo Setor I.
A reportagem procurou a reitoria da UFRN, mas o contato não foi retornado até o fechamento da publicação.