Paraíso para as crianças ou pesadelo para as pais? As férias escolares podem ser sinônimo de alegria ou de estresse para muitas famílias.
Atualmente, a maioria dos pais trabalha fora, o que dificulta dar conta das crianças de férias em casa durante 15 dias ou mais. Isso pode gerar um verdadeiro pânico familiar, inclusive. Sem falar que esse dia a dia corrido pode fazer com que os pais se sintam culpados por não poderem dedicar um tempo de lazer com seus filhos.
Mas nada disso pode ser um empecilho para que as crianças tenham dias de descanso e diversão enquanto os pais trabalham. Ao contrário do que alguns pais pensam, as crianças também precisam de férias. Muitas vezes, elas têm uma agenda estafante com aulas de língua estrangeira, esportes, reforço escolar e dever de casa — o que acaba gerando um estresse muito parecido com o do adulto. Nesse caso, o tiro pode sair pela culatra e acabar prejudicando o rendimento escolar da criança em alguns casos. Por isso, deixe seu filho curtir as férias! Às vezes, um rolo de papel craft, um pincel e alguns potes de tintas guache ocupam os pequenos por horas.
Estar de férias nem sempre significa programas caros, como viajar ou sair de casa todos os dias. Às vezes, poder ficar no aconchego do lar e acordar mais tarde já é o suficiente para quebrar a rotina escolar e gerar o descanso necessário. Além disso, o excesso de atividades pode gerar o efeito contrário e a criança acaba voltando para a escola mais cansada ainda.
Evite gastar energia se sentindo culpado por não poder levar seu filho para viajar ou por não estar em casa nesse período. Sempre que puder, participe com ele das brincadeiras. Entre no jogo, pule corda, jogue bola. Se gostam de viajar, planejar passeios curtos de fim de semana também pode ser uma boa opção.
A escolha do tipo de atividade para as crianças vai depender muito da faixa etária em que ela se encontra. Crianças até os cinco anos estão em pleno desenvolvimento psicomotor, por isso, precisam de espaço para correr, saltar, pular, jogar bola e pular corda. Então, algumas horinhas no parque ou na pracinha devem fazer a alegria da garotada. Providencie corda, bola, baldinhos, pazinhas e deixe a meninada se divertir! Mas lembre-se: é sempre bom contar com a supervisão de um adulto.
Além dessas atividades ao ar livre, outras opções para essa turminha miúda é ter à disposição livrinhos adequados à idade, lápis de cor, giz de cera, massinha de modelar, papel à vontade, jogos simples de encaixe, vídeos curtos de desenhos animados ou de programas infantis. O importante é variar nas atividades, lembrando que tanta energia gasta durante o dia também requer mais horas de sono para recarregar as baterias. Relaxe em relação à bagunça, mas aproveite para ensinar à criança a limpar e guardar tudo quando terminar a brincadeira. É uma excelente oportunidade de aprendizagem!
Para os mais velhos, que estão na faixa etária dos 7 aos 11 anos, o ideal é propor atividades em grupos. Nessa fase, eles gostam de estar com os amigos da mesma idade e curtem as atividades mais competitivas, como queimada, basquete, vôlei, pique-bandeira etc., além dos jogos com regras mais elaboradas. Como já sabem ler, é uma ótima fase para motivar o acesso a livros de aventuras, poesia ou teatro, por exemplo. Existem títulos ótimos que podem ser apresentados às crianças. As boas livrarias têm sempre uma seção de literatura infanto-juvenil que pode ser muito útil para visitas ou aquisição de livros do interesse deles.
Além disso, providencie visita a museus, bibliotecas, uma ida ao cinema, jogos de tabuleiro etc. Proponha algumas atividades que incentivem a turminha a largar um pouco o joguinho e o celular. Vai dar um pouco de trabalho no começo, mas pode surtir um efeito muito positivo em termos de socialização.
Outra coisa boa é que o mercado já entendeu que os pais precisam de ajuda nesse período de férias escolares, por isso, existem várias opções bacanas de atividades para as crianças não ficarem só em casa vendo TV e jogando videogame. Muitas creches, pré-escolas, clubes e até igrejas oferecem colônias de férias em horário integral ou de meio-período. O importante é que antes de inscrever a criança em qualquer um desses lugares seja feita uma boa pesquisa. Essa escolha pode implicar em gastos extras, mas é uma ótima opção para os pais que trabalham e que querem proporcionar aos filhos um tempo de lazer e interação social. Entretanto, caso não seja possível contar com esse tipo de serviço, não se desespere. Existem opções mais em conta que vão proporcionar um ótimo período de férias para os pequenos.
Pensando nisso, destacamos alguns aspectos que você deve levar em consideração na hora de escolher onde deixar o seu filhote nas férias. Tome os mesmos cuidados que teria ao escolher uma escola para o seu filho!
- Marque uma visita ao local e converse com os responsáveis. Antes de sair, anote tudo o que precisar perguntar para não esquecer: alergias, horário de sono, amiguinhos que irão também etc. De preferência, vá sem a criança nessa primeira visita;
- A proximidade de casa é sempre uma boa escolha. Se isso não for possível, veja se há um meio de transporte seguro para levar e buscar o seu filhote. Se precisar, peça indicações;
- Pergunte sobre as atividades que serão realizadas. Se haverá passeios ou excursões para os pequenos e onde serão realizadas. Afinal, eles estão de férias, né?
- Peça para visitar as salas e áreas comuns (banheiros, cozinha, pátios etc). Se houver brinquedos, veja se são seguros e pergunte se sempre haverá adultos por perto;
- Pergunte quantas pessoas ficarão responsáveis pelas crianças durante o horário escolhido;
- Se optar por refeição, peça para dar uma olhada no cardápio, principalmente se seu filho tem alguma intolerância alimentar;
- Pergunte quanto ao procedimento em caso de acidentes. Criança cai, se machuca, rala joelho… Por isso, todo cuidado é pouco para evitar correrias e aborrecimentos.
Deixe um pouco o celular e o notebook de lado e passe um tempo de qualidade com o seu filho, Com certeza, isso vai dar um sabor especial para as férias e criará memórias inesquecíveis entre vocês. Boas férias!
Autora: Maristela Gripp é professora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter, doutora em estudos linguísticos e pós-graduada em psicopedagogia.