O senador Styvenson Valentim (Podemos) deu largada a sua campanha para governador da forma como prometeu: sem firula. Nesta quarta-feira, 17, ele postou uma foto com seu número na sua conta do Instagram e escreveu para 136 mil seguidores: “Sem FIRULA tá aí o card que vocês pediram. 19 tá no coração. ESPALHA.”
Se cumprir o que prometeu, Styvenson fará uma campanha para o Governo do Rio Grande do Norte sem pedir votos, sem realizar mobilização de rua, sem utilizar dinheiro do fundo eleitoral e sem aparecer no programa eleitoral de rádio e TV. A comunicação com os eleitores será exclusivamente por meio das redes sociais.
No discurso durante a convenção do Podemos, que homologou a sua candidatura, ele garantiu que não abrirá mão de suas convicções e de posições já conhecidas dos eleitores. Afirmou que não pediria votos, por entender que as pessoas são livres e que devem ter a liberdade de escolha. “Quem quiser votar em mim, vote, quem não quiser vamos respeitar, as pessoas são livres, o voto é livre”, discursou.
Styvenson repete a fórmula que deu certo em 2018, quando ele estreou na política-eleitoral conquistando o mandato de senador da República. Até então, nunca havia disputado um pleito. A sua candidatura surgiu nas ruas de Natal, onde ele fez sucesso como o “Capitão da Lei Seca”. Sem pedir votos, sem aparecer na televisão, sem usar o fundo eleitoral, sem realizar comícios-passeatas-carreatas, ele foi campeão de votos para o Senado, com 745.827 votos, desbancando nomes tradicionais como os ex-senadores Garibaldi Filho (MDB) e José Agripino Maia (DEM, hoje União Brasil).
“E assim vou fazer agora, porque não mudei nem vou mudar. Esse é meu pensamento. Esse é o meu jeito, talvez, por isso, é que eles (políticos tradicionais) não querem ficar ao lado do capitão Styvenson”, disse, ao ressaltar que apesar de ter enviado recursos de emendas parlamentares para mais de 100 municípios, não tem apoio de nenhum prefeito.
Sincero
Styvenson Valentim também admite que lhe falta experiência na vida pública, inclusive, para ocupar um cargo de Executivo. Disse que resistiu entrar para a política, mas que se sente à vontade para aprender e trabalhar para resolver os problemas do Rio Grande do Norte. “Fui convidado em 2016 para ser prefeito de Natal, as pesquisas mostravam que eu ganharia a campanha no primeiro turno, mas resisti. Em 2018, veio o convite e não tive como dizer não. Fui eleito com mais de 740 mil votos e, quem acompanha o nosso mandato, sabe o que nós estamos fazendo pelo Rio Grande do Norte”, disse.
Se o sucesso de 2018 vai se repetir em 2022, não há como afirmar. As pesquisas eleitorais têm colocado ele em segundo lugar, atrás da governadora Fátima Bezerra (PT), que lidera todas as sondagens, e à frente do candidato Fábio Dantas, do Solidariedade, e os demais postulantes.
O fato é que Styvenson Valentim já é o candidato a governador mais estranho que a história político-eleitoral do Rio Grande do Norte já teve. Um candidato que não pede voto, não realiza mobilização de rua, não aparece em programa eleitoral e que admite não ser preparado para o cargo de Executivo.
Jornal de Fato