A velha política não toma jeito. Quando os eleitores decidem optar por um novo caminho, renovando ou substituindo os seus representantes, sempre aparece alguém que queira dar um jeito de impedir a mudança.
No Rio Grande do Norte, como acontece quase sempre, está em curso uma ação judicial para impedir a mudança promovida na representação do estado no Senado.
Nas eleições do ano passado, a deputada federal e médica Zenaide Maia conquistou quase 700 mil votos, se elegendo senadora da República. Teve quase 300 ml votos a mais do que o terceiro colocado, o ex-governador e ex-senador Geraldo Melo.
A votação de Zenaide Maia, perfeitamente legítima, revelou ser a consagração, nas urnas, de sua atuação como deputada federal, sempre atenta e fiel aos anseios de seus eleitores.
Eleita, Zenaide Maia passou a ter problemas com a Justiça Eleitoral. Sua prestação de contas tem erros formais. Nada que desabone sua candidatura nem comprometa a legitimidade de seu novo mandato.
Somada todas as falhas – um cheque nominal cruzado no valor de 11 mil reais, depositado por seu marido, o ex-prefeito Jaime Calado, dois depósitos no valor de 500 reais, cada, feitos por simpatizantes e um impulsionamento no Facebook, no valor de 500 reais, feito por seu filho Ciro Jaime, seguindo uma orientação jurídica – chega-se ao valor de 12,5 mil reais.
Este é o valor que pode custar o mandato de uma senadora legitimamente eleita por um contingente de quase 700 mil potiguares segundo o adversário derrotado.
Uma senadora que já apresentou duas Propostas de Emenda Constitucional. Uma que limita os juros bancários a quatro vezes o valor da taxa Selic e outra que destina gradativamente até 2,5 por cento do Orçamento Geral da União para a área da Segurança Pública.
Os erros formais da prestação de contas da campanha de Zenaide Maia precisam e devem ser sanados. Mas não é caso para se tirar o mandato legítimo. A não ser que por conta da insistência de alguns, a Justiça Eleitoral se impressione pelos argumentos da velha política, aquela que finge mudar para que nada mude.
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