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Presidente da Câmara, Eraldo Alves expulsam professores da câmara com polícia e Spray de Pimenta

Pau dos Ferros vivenciou na ultima quinta feira (14) um momento de grandes turbulências na câmara por conta do projeto de Lei de autoria dos vereadores Monteiro e Hugo Alexandre que trata da “Ideologia de Gênero”. É preocupante o discurso de ódio, de discriminação e respeito à dignidade da pessoa humana

Apesar da inconstitucionalidade do projeto, ele foi aprovado pela maioria dos vereadores em plenário.

Durante a votação do projeto vários educadores, professores, entidades, OAB e instituições de ensino solicitaram uma audiência publica para debater melhor o projeto antes da votação.

O presidente da casa legislativa, Eraldo Alves não atendeu a solicitação dos representantes determinando sua retirada das dependências da câmara através da força policial que utilizou spray de pimenta para conter e expulsar as pessoas presentes na casa do povo.

Jornal Folha Regional:

Eraldo Alves é um morto vivo da política de Pau dos Ferros. Já foi derrotado nas urnas na eleição de 2012. Provavelmente em 2020 poderá sofrer uma nova derrota, as atitudes e truculência demonstra um despreparo irracional na condução dos trabalhos legislativo.

A câmara é a mais legitima casa do povo, não custava nada escutar as entidades representadas presente na ultima sessão e seguir o rito normal da votação.

Proibir o povo de manifestar sua opinião é no mínimo uma atitude antidemocrática, um vereador não pode proibir o povo de adentrar na casa legislativa.

 

Através do Facebook muitas pessoas analisaram o projeto e emitiram suas opiniões. reproduzimos o texto de Tatiana Mabel da UFRN, mostrando alguns erros contido no projeto denominado “Ideologia de Gênero”.

UM EXCELENTE TEXTO QUE COMPROVA O GRAU DE IGNORÂNCIA DE CERTOS POLÍTICOS.

Por Tatiana Mabel (UFRN) via facebook:

“O jogo dos sete erros
Infelizmente, o documento abaixo não é peça de programa humorístico. É autêntico e foi objeto da revolta de professores e alunos em Pau dos Ferros-RN. A revolta tem de ser grande, porque a ignorância, o limbo científico e intelectual de que padecem seus autores e aqueles que o aprovaram é sem limites. E em pensar que essa gente recebe salário para isso, além de toda estrutura física do órgão público.

O documento tem apenas uma lauda e, ao fazer a leitura, identifiquei, pelo menos, sete erros das mais variadas matizes: inadequação, incoerência e falsidade no uso de conceitos; defasagem de conhecimento pedagógico; atribuição indevida de funções escolares. E, o pior de todos: desonestidade. Vamos lá:

1. “Atividades pedagógicas que visem à reprodução…”: atividades pedagógicas constróem. Não reproduzem.
2. “Conceito de ideologia de gênero”: não existe esse conceito na vasta literatura da área.
3. “Grade de ensino”: não existe grade de ensino, há, pelo menos, 20 anos.
4. “Grade curricular”: não existe grade curricular, há, pelo menos, 20 anos.
5. “Disciplina Ideologia de gênero”: não existe essa disciplina. Nunca existiu. Aliás, “disciplina” é algo que já nem se fala mais e já faz um bom tempo.
6. “Orientar a sexualidade”: a sexualidade de uma pessoa não é orientada por outrem. O que há é a “orientação sexual” (que é bem diferente), que é a percepção individual dos desejos sexuais.
7. “Extinguir o gênero masculino e ou feminino como gênero humano”: o uso de “gênero” está sendo aplicado aqui como equivalente no primeiro caso (masculino e feminino) em relação ao segundo (humano), embora sejam noções/conceitos semanticamente distintos que se emprestam do mesmo léxico. Assim, essa construção frasal trás a ideia de que se quer aniquilar o masculino e o feminino da espécie humana. Mas no primeiro caso, “gênero” está no campo da identidade que não é necessariamente construída pela materialidade física da natureza ou biologia. Mas por atravessamentos sócio culturais. No segundo caso, “gênero” está no campo da espécie, aí, sim, vinculado à formas de organização propostas pelas ciências da natureza. Portanto, ao tratar ambos os conceitos de forma linear se constrói uma ideia desonesta empiricamente.

Essas pessoas que respondem pela autoria e aqueles vereadores que aprovaram isto como projeto de lei deveriam ser punidos.
Isto é uma prova material da incompetência para legislar e gerir as atividades públicas, além dos danos pedagógicos que um projeto desse causa a toda uma rede de ensino.

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