A Folha de São Paulo publicou nesta quinta-feira (18) mais mensagens vazadas supostamente trocadas entre os procuradores da Lava Jato. Dessa vez, o conteúdo indica que o atual ministro da Segurança, Sérgio Moro, interferiu nas negociações das delações de dois executivos da construtora Camargo Corrêa. As mensagens foram obtidas pelo The Intercept Brasil.
Moro teria avisado aos procuradores que só homologaria as delações se a pena proposta aos executivos incluísse pelo menos um ano de prisão em regime fechado. Segundo a Lei das Organizações Criminosas, de 2013, que definiu as regras para delações premiadas, os juízes devem se manter distantes das negociações e têm como obrigação apenas a verificação da legalidade dos acordos após a sua assinatura.
No dia 25 de fevereiro de 2015, Deltan revelou nas mensagens achar arriscado desprezar a opinião de Moro e queria que o colega procurador, Carlos Fernando, desse mais atenção ao juiz. “Você quer fazer acordos da Camargo mesmo com pena de que o Moro discordo?”, perguntou. “Podemos até fazer fora do que ele colocou (quer que todos tenham pena de prisão de um ano), mas tem que falar com ele sob pena de ele dizer que ignoramos o que ele disse”, acrescentou.