A polêmica contagem dos votos do candidato a deputado federal Kerinho (PDT) continua na pauta.
Ele garante que ao registrar sua candidatura no TRE do Rio Grande do Norte apresentou toda a documentação exigida.
Porém, a surpresa nas apurações quando seus votos não foram computados, mudando o resultado das urnas.
Foram 8.990 que se tivessem sido computados, teriam sido suficientes para reeleger, com voto de legenda, usando a soma da coligação formada pelo PDT, MDB, DEM, PP e Podemos, o deputado federal Beto Rosado (PP).
Sem contar os votos de Kerinho, os votos da legenda não foram suficientes para fazer mais um deputado além de Walter Alves (MDB), e o eleito foi Fernando Mineiro, do PT.
Mineiro foi o terceiro federal mais votado, com 98.070 votos.
Beto foi o oitavo, com 71.092.
Teve 742 mais votos do que Fábio Faria (PSD), que entrou na oitava e última vaga, mesmo com menos votos do que Beto.
Caso os 8.990 votos de Kerinho sejam computados, beneficiarão Beto, que não terá mais votos do que Mineiro, o terceiro…
Mas levando em consideração a coligação, Beto ficaria, sim, na frente dos votos de Mineiro.
Coisas da legislação eleitoral capaz de tirar o mandato do 3º mais votado para diplomar e dar posse ao 8º.
Culpa deles, os políticos, que fazem reformas políticas que nem mesmo eles entendem.
Mas o deputado Fernando Mineiro não acredita em reviravolta no resultado das urnas.
“O Ministério Público Eleitoral e o TRE, à unanimidade, indeferiram a candidatura (de Kerinho) justamente por ele não ter cumprido as exigências no prazo legal”, declarou Mineiro, lembrando que a candidatura de Kerinho foi indeferida antes mesmo do pleito.
Aí voltando à contagem dos votos…
Logo que terminou a apuração, tanto o advogado de Kerinho quanto a defesa da coligação da qual Beto Rosado fez perto, começou a questionar judicialmente os votos do candidato do PDT.
No TRE a explicação: Kerinho não entregou a documentação completa ao registrar a candidatura.
Ao Blog, Kerinho disse hoje que entregou tudo, um dia antes de terminar o prazo.
“Entreguei tudo o que um candidato precisa entregar. Certidões, diplomas, afastamento de cargo”, disse o candidato, afirmando que a ele foi cobrado o diploma da faculdade de Ciências Contábeis.
“Eles queriam a prova e ela está lá, é só eles abrirem”.
Kerinho se refere ao arquivo digital com toda a documentação.
E foi esse arquivo que a defesa da coligação pediu para o TRE apresentar, que virou o centro da polêmica.
Porque o TRE negou o pedido e não abriu o arquivo criptografado que só a justiça eleitoral tem acesso.
Com a negativa do TRE, a defesa recorreu ao TSE e a novidade é que o ministro Jorge Mussi deu um prazo de 5 dias para o TRE abrir a caixa preta da eleição e apresentar o arquivo com a documentação entregue por Kerinho no momento do registro de candidatura.
Os 5 dias (o documento não falou em dias úteis) termina na terça-feira, dia 13.
Se do arquivo individual constarem todos os documentos do candidato Kerinho, os votos serão computados e o deputado Beto será reeleito, tirando da bancada eleita o deputado estadual Fernando Mineiro.
Mas aí, se a documentação tiver completa fica a perguntinha ‘besta’:
Por que cargas d’água os votos do candidato não foram computados?
Outra pergunta besta ao TRE: por que não abrir o arquivo individual para apresentar a documentação entregue pelo candidato Kerinho?
O prazo tá correndo…
E até terça-feira o resultado do terceiro turno das eleições do Rio Grande do Norte deverá ser conhecido.
“Estou muito feliz porque o ministro acatou o pedido para o TRE ler o material que foi entregue. Eles queriam provas, as provas estão lá e eles não abriram. Estou torcendo muito porque fiz uma campanha justa e honesta, fiz uma campanha limpa”, declarou ao Blog o candidato Kerinho, como é conhecido Kericlis Alves Ribeiro, que já foi vereador e presidente da Câmara do município de São José de Mipibu.
Mineiro também segue tranquilo aguardando o resultado.
“Não existe nenhuma jurisprudência que o favoreça, ao contrário. Estou confiante e certo que o TSE julgará à luz da legislação e não por interferência política”, afirmou Mineiro.