O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que “a história vai mostrar quem estava do lado certo e quem estava do lado errado” quando questionado sobre sua demissão feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A resposta foi dada durante entrevista para a CNN internacional. Em inglês, o médico afirmou estar “muito preocupado” com a situação do Brasil, principalmente com o estado do Rio de Janeiro.
“Eu acho que estamos no início das partes mais difíceis que vamos passar. De 0 a 10, eu estaria preocupado nível 10”, disseo ex-ministro.Durante a conversa, a jornalista questionou se a demissão de Mandetta foi feita amigavelmente como dito por Bolsonaro. Ela chega a usar o termo “divórcio”, o mesmo usado pelo presidente. “Eu posso dizer que foi amigável porque ele foi eleito para cuidar do país e eu fui nomeado por ele”, afirmou Mandetta.
O ex-ministro também disse que “as razões que fizeram ele (Bolsonaro) chegar a este ponto (demissão) foram absolutamente as diferentes opiniões”.
Durante a entrevista, Mandetta enfatizou que discordava das opiniões de Bolsonaro sobre a pandemia.
O presidente é contra o isolamento social e está priorizando as medidas econômicas do país. Ele já chegou a dizer que o vírus era apenas uma “gripezinha” e que as medidas tomadas pelos governadores, para conter a propagação do novo coronavírus, eram na verdade “histeria”.
“Não consegui obviamente lidar com ele falando para as pessoas irem trabalhar, andarem nas ruas, não manter a distância e falar que era apenas uma simples gripe. E nós éramos o Ministério da Saúde, conversamos com outros governos, pesquisadores de universidades por todo planeta e todos afirmavam que as pessoas precisavam ficar dentro de casa e continuar seguras”, conta o ex-ministro.
Mandetta e Bolsonaro em lados diferentes
Mandetta ainda lembrou que depois que a discordância se tornou pública, Bolsonaro o demitiu. “Estávamos em diferentes lados, claramente”, destacou. “A história vai contar quem está do lado certo e quem está no lado errado”, finalizou.
Ao ser questionado sobre as 12.635 mortes no Brasil. O médico afirmou que “os números falam por si mesmos”. “Eles pensaram que não passariam de mil mortes, mas eu sempre pensei que o Brasil poderia ser o país com maior número de mortes.