Lula agradeceu a “coragem” do TSE e do STF em respeitar e garantir o andamento do processo eleitoral
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) foram diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na tarde desta segunda-feira (12).
A cerimônia de diplomação, realizada em Brasília, foi conduzida pelo ministro e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que entregou em mãos os certificados que habilitam Lula e Alckmin a tomarem posse no dia 1º de janeiro de 2023, podendo exercer os mandatos conferidos pelo voto popular no segundo turno das Eleições Gerais de 2022.
Visivelmente emocionado, Lula agradeceu aos mais de 60 milhões de brasileiros que o elegeram para seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto. Em seu discurso, o líder petista ainda relembrou o período em que esteve preso, em Curitiba, e pontuou diversas vezes que sua candidatura representou a defesa pela democracia.
“Esse diploma não é do Lula presidente, é o diploma de uma parcela significativa que reconquistou o direito de viver em democracia neste país. Vocês ganharam esse diploma. Na minha primeira diplomação, em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder – para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário – o diploma de presidente da República”, disse o presidente eleito.
Ele também fez referência a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE nestas eleições, afirmando que “não faltou coragem” às instituições do Poder Judiciário, “que enfrentaram as ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular”.
“Cumprimento a cada ministro e a cada ministra do STF e do TSE pela firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis. A história há de reconhecer sua coerência e a fidelidade à Constituição”, afirmou.
Apesar de não citar nominalmente o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), o líder petista fez diversas críticas ao governo federal e as manifestações antidemocráticas realizadas por bolsonaristas desde que venceu o pleito no dia 30 de outubro.
Lula também declarou que diferente de das disputas anteriores, às eleições de 2022 foram marcadas por duas visões de governo, em que de um lado estaria a chapa que queria reconstruir o país, com uma ampla participação popular. E, do outro lado, havia um “projeto de destruição ancorado numa indústria de mentiras”.
“Quero dizer que muito mais que a cerimônia de diplomação de um presidente eleito, esta é a celebração da democracia. Poucas vezes na história recente deste país a democracia esteve tão ameaçada. Poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova”