Pano de fundo de uma nova crise entre petista e o alagoano tem ligação direta com a indicação de nomes para a Codevasf e para as 12 vice-presidências da Caixa
Os presidente Lula afirmou a aliados nesta segunda e terça-feira (26) que pretende manter uma certa distância do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lira, porém, quer utilizar a insatisfação da bancada ruralista no Congresso para dar novos recados ao Palácio do Planalto sobre a falta de articulação da base governista.
Conforme apurou O jornal, o pano de fundo dessa nova crise tem ligação direta com a indicação de nomes para a Codevasf e para as 12 vice-presidências da Caixa. Até o momento, o governo Lula não liberou os cargos para partidos do Centrão: leia-se PP, Republicanos, União Brasil e PSD.
No caso específico do PSD, o partido pressiona o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a liberar a direção da Funasa. Lula resiste à indicação do ex-vice-governador do Ceará Domingos Filho, pai do deputado federal Domingos Neto (PSD-CE).
Ontem, Lira já deu o primeiro recado a Lula: cancelou as deliberações da Câmara dos Deputados. Pela primeira vez não houve sessões deliberativas em uma semana fora do chamado recesso branco.
A bancada ruralista iniciou ontem a obstrução dos trabalhos na Câmara e Senado para pressionar o governo Lula a endossar mudanças no marco temporal de terras indígenas. Se não houver uma anuência do Planalto, aliados de Lira defendem que a votação de um projeto de lei no Senado e de uma PEC na Câmara sejam usados como um claro recado ao governo Lula de que ainda há descompassos entre a articulação política e a base no Congresso.
A fome do Centrão não tem fim.