A reforma da previdência estadual voltou a pautar os discursos dos líderes da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, durante sessão desta quinta-feira (27), realizada de forma remota. Além disso, os parlamentares também debateram a saída da Petrobras do Estado, anunciada esta semana pela diretoria da estatal.
O deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB) lembrou que a Câmara Municipal de Natal já aprovou a alteração da lei previdenciária na capital potiguar. Mas, o projeto passou no Legislativo natalense sem os votos do PT e do PL. “Quero deixar exposto e evidenciado meu posicionamento. Se na AL esses partidos tomarem o mesmo posicionamento da Câmara em relação a reforma, que votaram contra, eu não votarei a favor”, disse. Segundo o tucano, a matéria municipal é “mais branda do que a encaminhada pela governadora”.
O deputado também relembrou a compra de respiradores do Governo do Estado junto ao Consórcio Nordeste, que jamais foram entregues. Gustavo cobrou de Fátima Bezerra (PT) que siga o que fez o Governo de Alagoas, indo à Justiça para cobrar os recursos enviados ao colegiado nordestino. “E são recursos menores que o investido pelo RN. O governador lá não quer ser enganado, enrolado, roubado. É dinheiro do povo. O povo quer que o PT aqui tome o mesmo caminho, que entre na Justiça para buscar recursos”, disse.
Já Getúlio Rêgo (DEM) também abordou a questão da reforma da Previdência. Para o democrata, “o PT tem sido contra tudo que vem para depurar processo administrativo brasileiro. Os exemplos da corrupção gigantesca desencadeada no governo do PT estão presentes na mente dos brasileiros, como o mensalão”.
Getúlio também ressaltou a diferença de posicionamento adotado pelo Governo de Alagoas em relação ao Consórcio Nordeste, e disse que o PT tenta “jogar para debaixo do tapete toda a sujeira. “Ao PT cabe bem a hipocrisia, como o silêncio da governadora sobre a reforma da previdência. No passado recente, qual foi o comportamento? A governadora era agressiva, militante, patrocinadora de passeatas de protesto. Hoje ela está em bunker de isolamento para não mostrar a cara em relação ao debate absolutamente indigesto, que é a reforma encaminhada por ela à AL, pior que a federal”.
O deputado Ubaldo Fernandes (PL) apresentou em seu discurso um requerimento com uma moção de repúdio ao Governo Federal pela decisão tomada pela Petrobras de vender todos os seus ativos no RN e deixar de forma definitiva o Estado. “Uma perda irreparável, abalo na economia do nosso estado. Há poucos dias a população foi surpreendida com o anúncio feito, as atividades desempenhadas pela estatal no RN são de suma importância”, disse.
O mesmo assunto voltou a ser levantado pelo deputado Sandro Pimentel (Psol). O parlamentar disse não entender como políticos podem comemorar a saída da Petrobras do Estado. “Mas vejo muito mais preocupação das pessoas de bem, sérias, honradas, honestas. Esse processo não começou nesse governo, tem passado por outros governos tanto federais como estaduais. Mas agora é o enterro final. Paciente quando não está bem de saúde vai para UTI. Tem que resistir”. O deputado convocou os demais membros da Assembleia a se unirem pela defesa da permanência da Petrobras no RN.
O último a se pronunciar foi o deputado Francisco do PT, que rebateu as críticas feitas ao seu partido. “O PT elegeu maior bancada federal do País, Haddad teve 47 milhões de votos. Então o PT não apodreceu. As pesquisas dizem que o povo reconhece PT como maior partido do país”, disse.
Francisco fez questão ainda de declarar apoio à moção de repúdio apresentada por Ubaldo. “Fico triste quando vejo setores da política do RN vibrando com a saída da Petrobras do RN. Ser a favor da saída da Petrobras do RN para boicotar o Governo do Estado não é ser contra Fátima ou o PT, é ser contra o RN, contra os municípios e o povo potiguar”, disse.