A Corregedoria Nacional de Justiça vai instaurar um pedido de providências para apurar a conduta do juiz Glaucenir de Oliveira, da Vara Criminal de Campos dos Goytacazes (RJ) e titular da Zona Eleitoral da cidade. Ele é o responsável pelas investigações e pelo processo nos quais o ex-governador do Rio Anthony Garotinho é acusado de corrupção e compra de voto. Em mensagem de áudio encaminhada a um grupo de WhatsApp, o juiz acusa de corrupção o ministro Gilmar Mendes, que concedeu Habeas Corpus a Garotinho para cassar a prisão preventiva do político.
“A mala foi grande”, diz o magistrado, na mensagem, insinuando que o Habeas Corpus foi concedido porque o ministro recebeu dinheiro do ex-governador. “Não quero ser leviano”, continua Glaucenir, “estou vendendo o peixe tal como eu comprei, de pessoas que sabem porque estão no meio. O que dizem é que a quantia foi alta”.
Segundo o ministro João Otávio de Noronha, corregedor nacional de Justiça, será instaurado um pedido de providências para analisar que infrações foram cometidas. Depois, eventualmente, será instaurado um processo administrativo disciplinar.
Judiciário contra Judiciário. O áudio que correu as redes sociais e grupos de WhatsApp onde aparece uma voz que foi atribuída ao juiz Glaucenir Oliveira, que atua na Comarca de Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, rendeu muita dor de cabeça ao ministro Gilmar Mendes, do TSE.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, decidiu abrir procedimento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Glaucenir Oliveira. Gilmar foi mais longe. Solicitou a abertura de inquérito na Polícia Federal e processou o juiz de Campos dos Goytacazes no próprio TSE, cujo relator do processo é o
ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Em entrevista ao apresentador Luiz Datena, na Band, o ministro Gilmar Mendes afirmou que o caso Garotinho é uma “briga” de gente de Campos.
“Vocês bateram palmas para maluco dançar, incentivaram pessoas que não tinham a menor qualificação. Esse caso de Campos é um caso engraçado. É uma briga lá, da magistratura com o Ministério Público com forças políticas locais. Isso se transformou num grande para personagens menores da história”, diz Gilmar.