Margem de votos, segundo ministros, oscilaria em 10% para cima ou para baixo em relação à última denúncia.
A cúpula do governo espera derrubar a segunda denúncia que pesa contra o presidente Michel Temer em menos de um mês. A previsão de ministros do Palácio do Planalto é que a Câmara já possa sepultar a denúncia até o dia 11 de outubro. Um dos ministros da cúpula diz que, com um clima mais tranquilo no Congresso, e com a diminuição da pressão por cargos em troca de votos a favor de Temer, o mapa de votos pró-governo deve oscilar em 10% para cima ou para baixo em relação à última votação.
No dia 2 de agosto, a Câmara barrou a primeira denúncia que pesava contra o presidente, na qual o então procurador Rodrigo Janot o acusava de corrupção passiva, por 263 votos, 91 a mais do que os 172 necessários para impedir que o caso seguisse para o Supremo Tribunal Federal (STF).
A gente mata a denúncia até 11 de outubro. O clima está mais tranquilo, mas não resolvido, então os votos devem oscilar em 10% para mais ou para menos (em relação à última denúncia) — afirmou um ministro do governo.
Pessoas próximas a Temer minimizam as pressões por cargos, afirmando que esse pleito é “finito” e, portanto, já foi resolvido quando das articulações para barrar a primeira denúncia. Agora, apontam um clima bem mais pacífico entre aliados.
— Isso é finito, já resolvemos na primeira denúncia — disse um ministro do Planalto.
PREVIDÊNCIA
Com o caminho livre, a discussão e a tentativa de votar a reforma da Previdência já pode ser retomada, segundo interlocutores do governo, na semana de 16 de outubro, logo depois do feriado. Os governistas admitem que, apesar de considerarem a denúncia frágil e que ela já chega enfraquecida ao Congresso, a Previdência não anda antes de o fator denúncia ser resolvido.
— Resolvida a denúncia, a gente retoma a Previdência depois do feriado, depois do 15 de outubro — disse uma pessoa próxima ao presidente
CCJ: GOVERNO QUER RELATOR PRÓ-TEMER
Em relação à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que elabora um relatório que vai a voto no plenário da Câmara, interlocutores do presidente afirmam ser melhor a escolha de um relator alinhado ao governo. Uma das razões seria para evitar o que aconteceu na primeira denúncia, quando o relatório do deputado Sérgio Zveiter, contra Temer, foi derrotado e em seguida a comissão escolheu outro relator, o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), e aprovou o seu documento pró-governo. Além disso, o governo fez diversas trocas nos titulares da CCJ para alcançar número para barrar o relatório de Zveiter, e por isso o xadrez já estaria mais ou menos resolvido na comissão.
O governo quer evitar interferência na CCJ como ocorreu da última vez, mas ministros afirmam que a decisão sobre o novo relator caberá ao presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).