O cinismo do Ministro Luiz Fux é caso para o Guiness.
Hoje, ao Valor, ele justifica a liminar legalmente fajuta que deu ao Partido Novo para proibir a Folha de S. Paulo, autorizada por Ricardo Lewandowski, de entrevistar Lula na prisão alegando que se baseou em “razões morais, razões públicas” para “proferir decisão que represente anseio da sociedade em relação à Justiça”.
Fux, diz, quando lhe convém, o contrário do que afirmava em 2012, quando dizia que “o juiz é um técnico e não pode se deixar levar pelo clamor social’.
O clamor social, neste caso, é o clamor eleitoral dos que querem silenciar Lula.
Até aí vamos de “cinismo simples”, daquele tipo efeagaciano do “esqueçam o escrevi”.
Mas Fux tornou-se um campeão ao invocar estes argumentos “morais” para atropelar juridicamente uma decisão de um dos ministros, dizendo que “conseguimos plasmar decisões que são aquelas que o povo espera do Judiciário”.
Pena que faltou um gaiato para gritar, da plateia: “e o auxílio-moradia dos juízes, doutor, é o que o povo espera do Judiciário?”
Porque foi Fux quem o estendeu a todos, mesmo aos que moram em seus belos apartamentos e casas de luxo, debaixo da repugnância geral da sociedade, ou não foi?
A desfaçatez de Fux é oceânica, ao ponto de fazê-lo o “Mourão de peruca” de Dias Toffoli.
