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Empresa contratada por Benes omite informações sobre cabos eleitorais

Contratada por R$ 780 mil pelo deputado federal reeleito Benes Leocádio (União Brasil), para prestar serviço de recrutamento de cabos eleitorais para o parlamentar durante a campanha eleitoral deste ano, a empresa Assistenz Segurança e Serviços LTDA afirma usar um endereço na Zona Leste de Natal, que abriga, na realidade, uma construtora de alto padrão. A reportagem do Diário do RN esteve no local nesta segunda-feira (17) para conversar com representantes da empresa, mas acabou encontrando o escritório da Exata Engenharia funcionando endereço indicado pela Assistenz em seu site – Rua Raimundo Chaves, 2182, Candelária.

No local, a reportagem chegou a realizar algumas perguntas – tais como “Quantas pessoas trabalharam na campanha? Onde essas pessoas trabalharam? Qual é a lista de pessoas que trabalharam? Quanto eles receberam? Qual era a orientação que eles recebiam para realizar o trabalho? Outros candidatos contrataram vocês ou só Benes?” -, que não foram respondidas. O objetivo era detalhar o contrato feito pelo deputado reeleito e a empresa.


O montante de R$ 780 mil gastos com a contratação dos cabos eleitorais durante a campanha foi listado na prestação de contas do parlamentar após a publicação da reportagem do Diário do RN, em sua edição da última sexta-feira (14).

Declarada como serviços prestados por terceiros, o pagamento consta como efetuado no dia 19 de setembro, mas não detalha a quantidade ou os nomes das pessoas admitidas para o serviço. Conforme a nota fiscal de serviços eletrônicos de Natal, o pagamento foi feito em duas parcelas iguais de R$ 390 mil, nos dias 13 e 19 de setembro passado.

Apesar de ser legal do ponto de vista jurídico, o gasto de R$ 780 mil com contratação de cabos eleitorais em um estado que tem cerca de 154 mil potiguares em situação de pobreza – quando precisam sobreviver com valores que variam entre R$ 105 e R$ 210 -, chamam a atenção pelo aspecto de imoralidade. Diante disso, a reportagem do Diário foi ao local para buscar detalhamento da prestação do serviço, pago com dinheiro público.

Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os valores pagos a cabos eleitorais de rua costumam variar de R$ 600 e R$ 2,5 mil. E, até o momento, os gastos gerais com cabos eleitorais e demais colaboradores consumiram R$ 151,6 milhões em todo o país. A maior parte desse dinheiro é coberta pelos R$ 5 bilhões do fundo eleitoral, que ficou conhecido como “fundão” e é o principal mecanismo de financiamento das campanhas, abastecido por dinheiro público.

diario do rn

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