A Assembleia Legislativa celebrou, na manhã desta sexta-feira (8), os 14 anos de atuação da Amico (Associação Amigos do Coração da Criança), em sessão solene proposta pelo presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB). A data escolhida é alusiva ao 12 de junho, lembrado como o Dia da Cardiopatia Congênita, uma alteração na estrutura ou na função do coração, que atinge uma a cada 100 crianças brasileiras.
“Hoje nos reunimos nesta Casa Legislativa para uma das mais significativas homenagens: é dia de reconhecer a magnitude da Amico. Todos nós sabemos a limitação do Poder Público para atender todas as demandas da saúde, fato que só engrandece a importância do trabalho de Hércules desenvolvido na Amico. O termo ‘trabalho de Hércules’ refere-se ao excepcional esforço que é feito pelos muitos colaboradores da instituição”, ressaltou o deputado Ezequiel Ferreira, justificando a homenagem.
Tomado pela emoção, o médico e presidente da Amico, José Madson Vidal, agradeceu a homenagem e pediu um minuto de silêncio em homenagem às crianças que morreram sem assistência adequada e em solidariedade aos pais e mães que perderam seus filhos. “São muitas e graves as necessidades de atendimento enfrentadas por esses pacientes. Dados apontam que nem 50% das crianças desse Estado chegam a ser assistidas da forma que necessitam devido à falta de uma rede adequada”, lamentou.
Diante dessa realidade, o presidente da Amico ao lado de amigos, fundou a instituição há 14 anos. “É possível mudar a realidade desfavorável dessas influências que as crianças cardiopatas enfrentam. As crianças precisam de muito amor e carinho e algumas precisam de cuidados especiais, como as crianças cardiopatas. Nós, que fazemos a Amico, acreditamos na solidariedade e caridade como princípio básico de humanismo e ação transformadora da realidade dessas crianças”, convocou.
Durante a sessão solene, a pequena Thaís Matos Raposo e os seguintes colaboradores da instituição foram homenageados: Marcelo Matos Cascudo, Alyne Melo da Silva, Flávia Freire, Marcella Alves de Vilar, Sâmia Tatiana Martins, Itamar Ribeiro de Oliveira, Renato Quaresma, Melina Tertuliano de Lima, Nilda Furtado da Rocha, Eulália Duarte Barros, Nailka Saldanha, Ênio de Oliveira Pinheiro e Aldenilde Rebouças Falcão, além do deputado Hermano Morais (MDB).
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A Amico é uma instituição, sem fins lucrativos, que atende mais de 900 crianças cardiopatas por ano. A instituição foi fundada no dia 28 de outubro de 2004 e no dia 27 de junho de 2011, inaugurou a sede que recebe crianças e mães do interior do Estado para o tratamento em Natal. A Associação viabiliza o acompanhamento hospitalar, além dos medicamentos e mantimentos necessários. Somente em 2017, a Amico fez mais de 17 mil atendimentos. São ações como o acolhimento das crianças na casa ou atendimento com consultas.
A cardiopatia congênita é uma alteração na estrutura do coração, presente antes mesmo do nascimento. É um termo genérico utilizado para descrever alterações do coração e dos grandes vasos, presentes ao nascimento. Essas alterações ocorrem enquanto o feto está se desenvolvendo no útero – nas oito primeiras semanas – e pode afetar cerca de um em cada 100 crianças, segundo dados da American Heart Association. É a alteração congênita mais comum e uma das principais causas de óbito relacionada a malformações congênitas.
Segundo dados da sociedade brasileira de cardiologia, no Brasil, nascem cerca de 23 mil crianças com problemas cardíacos. No RN, o número também é preocupante: nascem por ano, aproximadamente, 500 crianças cardiopatas. 40% consegue um diagnóstico e tratamento. As demais não têm a chance sequer de lutar pela vida. Dessas, em torno de 80% vão precisar de alguma cirurgia cardíaca durante a sua evolução.