SENHORAS E SENHORES, RACIOCINEM, pensem friamente, se o Brazzil fosse um país sério, e não “cério”, o presidente da VALE (que em nosso entendimento não vale merda nenhuma, nem o feijão que come), deveria ter sido preso assim que a represa da mina do complexo do Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompeu.
Não só ele. Todos os demais executivos engravatados que se dizem diretores ou que ocupem qualquer carguinho na empresa. Não importa. Quando sinalizamos carguinho, incluímos toda e qualquer função que esteja ligada direta ou indiretamente aos cuidados (cuidados??!!) com estas malditas bombas-relógios.
Estas barragens de retenções de resíduos de mineração são sim, verdadeiras bombas-relógios. Podem explodir a qualquer momento, como, de fato, pipocaram sem prévio aviso. Num primeiro momento tivemos o subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km da cidade de Mariana, acontecido em 5 de novembro de 2015.
Os rejeitos controlados pela SAMARCO MINERAÇÃO, em conluio com uma bosta australiana conhecida como BHP BILLITON e também da VALE, deixaram um saldo de dezenove mortos e um desaparecido, sem contar com o fato de que riscaram do mapa uma cidade inteira. O povinho besta e otário, como sempre, engoliu esta historinha de dezenove mortos e um desaparecido.
Foram mais. Todavia, até hoje, ninguém ficou sabendo ao certo o número exato de vitimados. Em vista da “ceriedade” do país, da “lizzzura” de nossos governantes e da transparência obscura e disfarçada da “justisssa”, ninguém foi preso ou processado. A SAMARCO fechou as portas, não pagou porra nenhuma a ninguém e fim de papo.
A tal da BHP BILLITON idem. A VALE contratou bons advogados, entrou com um trenzinho enorme de recursos e apelações e tirou, como era de se esperar, o fiofozinho da reta. Tudo, tudo sem tirar nem pôr, voltou a ficar bonitinho, como dantes no quartel general de um cara conhecido ‘pela aí’ como Abrantes. Sinceramente nunca vimos pessoalmente este vagabundo do Abrantes.
Dizem, ainda, continua belo e formoso em sua caserna. Ao que tudo indica, deve ser um grandiosíssimo filho da puta. Se não fosse, não teria aplicado nos mineiros e não só neles, no Brazzil inteiro, o famoso NÓ GÓRDIO.
Lembramos que na época deste desastre industrial (ou seria impacto ambiental??!!) apareceu um monte de cachorrinhos de madames, alguns deles conhecidos da raça dos Ambientalistas. Outros saíram de detritos chamados Agência Nacional de Águas, e Serviço Geológico do Brasil. Meia dúzia de vira-latas famintos brotaram dos vômitos e dos lixos de um tal de IBAMA. Enfim, até então, animais com os pescoçinhos presos em suas ricas e bem cuidadas coleiras. Não sabemos dizer, com precisão, como estes bichinhos se soltaram.
Na época, latiram, latiram, uivaram, uivaram. Cagaram aqui, peidaram ali, deram umas mordidinhas acolá. Apesar dos estardalhaços que fizeram, acreditamos piamente, uma carrocinha cheia de dinheiro pintou no pedaço e levou todo mundo de volta para seus respectivos canis.
Bento Rodrigues, coitado, se ‘fudeu’. Tomou na tarraqueta com um volume grosso de sessenta e dois milhões de metros cúbicos de lama tóxica (na época disseram que não era, mas era), saiu do mapa, escafedeu de uma forma cruel. Até ontem, aquela localidade mineira capengava dos olhos e seus moradores (os que sobraram) não conseguiram se livrar dos aleijados nas pernas.
Pelo sim, pelo não, a lama da SAMARCO, da BHP BILLTON e da VALE, chegou ao leito do Rio Doce, cujas águas abrangiam duzentos e trinta municípios de Minas Gerais e Espírito Santo, muitos dos quais, ribeirinhos.
Estas pessoas, caros amados, se abasteciam das purezas deste pobre rio. Antes doce. Hoje amargo. Três anos depois do acontecido, os “sobreviventes” de Bento Rodrigues continuam a lutar nos corredores e cartórios dos fóruns da nossa “onrosa justisssa” para receberem as indenizações a que teriam direito.
Sem falarmos nas crianças (de Bento) que passaram a sofrer nas escolas de (Mariana) o tal do Bullying em vista dos pequeninos deste município hostilizarem com atitudes agressivas verbais e físicas, os alunos de (Bento), que para lá foram remanejados. De Bento Rodrigues e adjacências, restaram janelas e portas espatifadas que ainda hoje, três anos depois, dão passagem aos olhos silenciosos e entristecidos de uma terra antes rica e sadia, hoje, agora, ultrajada e enegrecida.
Pelo que tudo indica, a mesmíssima tragédia de Mariana voltou a dar os ares da graça. Desculpem, da desgraça. Da calamidade, da adversidade, do infortúnio e do flagelo. Desta vez, no complexo da Mina do Feijão, em Brumadinho, igualmente em Minas Gerais. Até agora, no geral, noventa e nove mortos, duzentos e cinquenta desaparecidos e cinquenta e sete cadáveres reconhecidos no IML de Belo Horizonte e cento e setenta e seis desaparecidos. Temos absoluta convicção este número de óbitos não parará por aqui.
Sem falarmos nos milhares de animais e aves soterrados, afora os agricultores que viviam na região e embarcaram numa canoa furada ‘usque’ dezenas de criaturas que ficaram a ver navios, perdão, rejeitos provenientes da extração desenfreada do minério de ferro retirado de extensas ninas da região.
Devemos lembrar o seguinte: a VALE (isto é muito sério) não tinha nenhum plano de contingência para esta cidade. Menos ainda uma rota de fuga que permitisse aos moradores a deslocação imediata e a tempo hábil para regiões seguras, caso acontecesse um desastre. Não deu outra. Neste instante, o que vemos nas tevês?
Sonhos despedaçados de seres humanos inocentes que se foram sem saber o verdadeiro motivo. No que sobrou das casas, ruas e vielas, sangram e jorram nomes de vidas machucadas e expurgadas. É sem dúvida alguma, o cheiro acre destas almas infelizes que partiram para os abraços do Altíssimo.
Neste pé de vento e chuva de granizo, o que não se esperava criou forma como uma tragédia anunciada, e atentem, até agora, nenhum almofadinha da VALE (fazemos referência aos seus executivos) foi parar detrás das grades. “Alto lá, berrarão alguns. Prenderam cinco pessoas”.
Por certo. Fato notório. Prenderam não cinco pessoas. Cinco panacas foram detidos. Na terça-feira passada (29), em São Paulo, realmente dois engenheiros da empresa TÜV SÜD que prestavam serviços para a mineradora VALE, realmente passaram a ver o sol nascer quadrado. Trata-se dos salafrários André Yassuda e Makoto Mamba. Reparem que até os nomes destes pilantras se tornam difíceis de serem pronunciados.
Em Belo Horizonte (quase à mesma hora), engaiolaram o geólogo Cesar Augusto Paulino Grandchamp, o gerente de Meio Ambiente Corredor Sudeste, Ricardo de Oliveira, e Rodrigo Artur Gomes de Melo, gerente executivo do Complexo Paraopeba.
Segundo investigações, estes dois engenheiros de São Paulo participaram de forma direta e atestaram a segurança da barragem número 1 da Mina do Feijão, que, por azar mandou Brumadinho definitivamente para a casa do caralho.
Entendemos que estes dois filhos da puta deveriam ser amarrados de cabeça para baixo e jogados em meio aos dejetos para que sentissem, na pele, o mesmo que os familiares dos que perderam a vida estão sentindo agora. Na mesma panela de lama, os de Belo Horizonte, repetindo, o geólogo Cesar Augusto, o Gerente de Meio Ambiente Ricardo de Oliveira e o gerente executivo Rodrigo Artur.
Claro que não ficariam de fora (e nem poderia, não seria justo) os vermes peçonhentos. Que vermes peçonhentos? Os diretores executivos e os demais engravatados da VALE, que se acham deuses intocáveis, os maiorais.
Estas desgraças, mesmo saco de dejetos deveriam ser atiradas de cabeça, pelados, com as mãos nos bolsos (já que não irão mofar na cadeia, o dinheiro fala mais alto), para aprenderem de uma vez por todas: com vidas humanas, não se brinca.
Sabemos, porém que, apesar dos investigadores do Ministério Público, da Polícia Civil, da Polícia Federal e o diabo a quatro apurarem que os documentos técnicos (de alguma forma se viram por empresas contratadas pela VALE que atestavam a segurança da barragem que se rompeu) tanto lá, três anos atrás, como a de agora, em Brumadinho, foram, de alguma forma, fraudados, tudo caros amados, TUDO ACABARÁ EM RODADAS DE PIZZAS OS MAIS DIVERSOS SABORES E REFRIGERANTES GELADOS. Duvidam? Façam seus pedidos.
Repetindo o que está gritante diante de nossas fuças. O Brazzil não é um país sério. O Brazzil é um país ‘cério’. A ‘justisssa é céria’ e, além de ‘céria’, cega. Temerária. Nossos juízes são ‘cérios’, e em vista disto, só poderemos esperar o PIOR. E qual seria o pior?!
Existem mais de 50 barragens nas mesmas condições da barragem de Bento Rodrigues, e Brumadinho. Os especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas) pedem que as investigações sejam mais completas e imparciais. Vamos rir? Kikikikikikikikikiki…
Os cachorrinhos pulguentos do IBAMA disseram que o estrago acontecido em Brumadinho corresponde a duzentos e setenta campos de futebol. Uma perguntinha básica: com jogadores ou sem? Vamos rir mais um pouco? Kikikikikikikikikiki. O Ministério Público (Uau, que mistério!!!) pede a suspensão imediata de novas licenças para que outras barragens iguais a do Córrego do Feijão não sejam renovadas. Riam senhoras e senhores. Rir faz um bem enorme. Kikikikikikikikikiki.
Como dissemos acima, existem cinquenta barragens iguais a de Bento Rodrigues e Brumadinho, só esperando a hora de explodirem e, pela terceira vez repetirem as cenas chocantes que estamos vendo a cada novo minuto pelas emissoras de televisão.
Seria interessante que os ratos gordos da VALE nos dissessem qual a próxima, ou quais as próximas cidades que sairão definitivamente do mapa. Dos males o pior. Ao menos evitaríamos, antecipadamente, desenharmos (como agora, em Brumadinho), arabescos em chãos cobertos com sangue. Pensem nesta possibilidade cambada de canalhas da VALE.
Artigo: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista. De São Bernardo do Campo, São Paulo. 1-2-2019