A União gasta todo ano R$ 164 milhões para pagar 1.170 aposentadorias e pensões para ex-deputados federais, ex-senadores e dependentes de ex-congressistas, segundo levantamento. O valor equivale ao que é despendido para bancar a aposentadoria de 6.780 pessoas com o benefício médio do INSS, de R$ 1.862.
Deputados de bancadas aliadas do governo já vinham manifestando ao relator desconforto com essa regra do valor do benefício dos políticos. Hoje, Oliveira Maia garantiu que os parlamentares terão de respeitar as mesmas regras de idade mínima e tempo de contribuição que os demais trabalhadores e negou qualquer relaxamento nessa regra.
Veja o voto da bancada do RN
O Jornal apurou que o governo é contra a proposta de incluir políticos no Funpresp. Caso essa mudança seja aprovada, a União passará a bancar uma contribuição para cada político que aderir, de até 8,5% da parte da remuneração que excede o teto do INSS. O mesmo porcentual é pago pelos beneficiários.
Enquanto o relator está determinado a fazer a mudança, a equipe econômica está preocupada com o impacto que isso pode ter nas contas públicas. Representantes do governo lembraram ao deputado que a reforma “tem que caber no bolso do governo”. “Não adianta ser uma reforma bem aceita se não cumprir com o seu papel de estancar o déficit”, afirmou outra fonte.
Os relatos são de que a reunião de hoje pela manhã entre o relator e o governo, que durou cerca de quatro horas, teve um clima tenso. Em meio às negociações, o relator deixou a sala pelo menos duas vezes para ter discussões reservadas com integrantes do governo.