Ministra defendeu número mais atingível, enquanto Haddad previa 0,5% de superavit.
A equipe econômica do governo Lula (PT), composta por Ministério do Planejamento e Ministério da Fazenda, anunciou ontem (15/04) a meta fiscal de 2025 em “resultado primário zero”, ou seja, a mesma de 2024: deficit zero.
No governo, a revisão foi vista como uma vitória de Simone Tebet (Planejamento), que foi contrária a previsão de Fernando Haddad(Fazenda). O ministro previa até 0,5% de superavit, enquanto a ministra acreditava que o governo dificilmente atingiria a meta e tensionou para um número diferente.
Além da ministra ter influenciado a meta fiscal zero, Tebet deu margem para o governo gastar um pouco mais, já que, na prática, o objetivo pode ser um pouco avançado, seguindo o arcabouço fiscal. A margem de tolerância, chamada de banda, prevê até R$ 66 bilhões em gastos extras que não ferem a lei se a meta fiscal for zero.
Tanto Tebet como Haddad são ainda pressionados pelo presidente Lula, que quer elevar os gastos públicos para melhorar sua popularidade, concomitantemente diante da realidade da inflação.
O mercado, no entanto, acredita que o governo gastará mais e prevê o déficit de 0,7% em 2025, segundo o último Boletim Focus.
Na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025, o governo também prevê o aumento gradual de superavit nos próximos anos:
- 2026: superávit de 0,25% do PIB (R$ 33,1 bilhões);
- 2027: superávit de 0,50% do PIB (R$ 70,7 bilhões);
- 2028: superávit de 1% do PIB (R$ 150,7 bilhões).