Alegando machismo, Isolda (PT) pediu à Mesa Diretora da Assembleia que aplique pena de “censura” a Coronel Azevedo (PSC)
A deputada estadual Isolda Dantas (PT) pediu à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte que aplique pena de “censura” ao deputado Coronel Azevedo (PSC) – medida prevista no regimento interno seguido pelos parlamentares –, por causa de uma declaração considerada ofensiva por ela.
Na última quarta-feira, 30, durante uma reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Assembleia, Azevedo reclamou de interrupções feitas pela deputada e chegou a dizer que Isolda ficaria “excitada” com os seus discursos. “Não sei o que ela tem que, cada vez que eu falo…, não sei se ela se excita e interrompe a fala. Se excita… fica excitada com a minha fala”, afirmou Azevedo.
Ainda na sessão da CCJ, a parlamentar protestou contra a declaração, que ela classificou como machista e misógina. “É um absurdo esse tipo de coisa. Eu não vou admitir, deputado. Isso é falta de decoro. Eu não vou me submeter a esse tipo de coisa aqui”, reagiu Isolda, ao pedir que Coronel Azevedo se retratasse – o que não aconteceu.
O pedido de “censura” – que consistiria na determinação para que o deputado do PSC pedisse desculpas públicas pelo fato e reconhecesse que foi “machista” e “misógino” – foi apresentado por Isolda na tribuna da Assembleia na sessão plenária desta quinta-feira, 31, um dia após o acontecido.
“Me enfrentem, tenham coragem de argumentar. Aguente uma mulher feminista questioná-lo. Usem argumentos. Não me venham com seu machismo nem ser misógino”, discursou a deputada.
“Aqui nessa casa não é lugar para isso (misoginia/machismo). Aqui é lugar para divergência política e democrática. Nós que somos autoridades de um poder temos a obrigação de coibir esse tipo de postura. Aqui é lugar de argumento político, de divergência. Não é lugar de constrangimento, de desqualificação”, complementou Isolda.
Coronel Azevedo, por sua vez, refutou as acusações e disse que a colega deputada exagerou na reação. Ele admitiu que usou o termo “excitada”, mas declarou que fez a afirmação no sentido da palavra que significa “agitação”, entre outros sinônimos. Pelas redes sociais, ele criticou a postura da parlamentar. “Ganhar no grito é para os histéricos e fanáticos. Radicais e incompetentes”, escreveu, sobre os petistas.
A Mesa Diretora da Assembleia não respondeu se vai acatar o pedido de Isolda.