Policiais e bombeiros militares passaram 23 dias sem ir às ruas em protesto contra os salários atrasados e por melhores condições de trabalho. Movimento foi considerado ilegal, mas Estado prometeu não punir ninguém.
Policiais e bombeiros militares do Rio Grande do Norte estão de volta às ruas após 23 dias de paralisação. Na manhã desta quinta (11) já era possível ver viaturas circulando em todas as regiões da capital e na região metropolitana. Apenas as viaturas que não têm condições de circular ficaram nos batalhões.
A nossa reportagem encontrou viaturas saindo da Delegacia de Plantão, fazendo policiamento turístico e em vários pontos da capital e região metropolitana.
“A gente já está vendo os policiais nas ruas e isso deixa a gente mais tranquilo, se sentindo mais seguro”, disse o professor João Silva, de 48 anos.
Foram 23 dias de paralisação, e segundo Observatório da Violência Letal Intensional (Obvio), 146 mortes violentas no período sem policiais. No mesmo período do ano passado, houve 113 mortes, um aumento de 29%.
A greve terminou após um acordo entre o governo do estado e os policiais. Dentre outras coisas, o governo garantiu não abrir nenhum processo administrativo ou motivar qualquer sanção à categoria e ainda a retirar as ações judiciais impetradas nos plantões; garantiu o pagamento integral do salário de dezembro aos ativos, reservistas e pensionistas no dia 12 de janeiro (PMs, bombeiros, policiais civis, Itep e agentes penitenciários); a disponibilização de verbas federais para investimento em infraestrutura (aporte de R$ 100 milhões); o aumento do vale alimentação de R$ 10 para R$ 20. Além disso, o Governo se comprometeu com a chegada de 59 novas viaturas para os batalhões da Polícia Militar com recursos do Banco Mundial.