Preso temporariamente durante a Operação Anteros, ex-funcionário da Assembleia Legislativa se disse ‘surpreso’ de ter tido seu nome envolvido nas investigações
O advogado Adelson Freitas, ex-funcionário aposentado da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, ficou preso temporariamente por dez dias ao se tornar alvo da Operação Anteros, que investiga desvios de recursos da Casa dos deputados, além de uma tentativa de silenciar a ex-procuradora Rita das Mercês. Agora livre, Adelson se disse “surpreso” de ter tido seu nome envolvido nas investigações e explicou que o dinheiro que foi flagrado entregando no apartamento de Magaly Cristina, funcionária da Assembleia e também investigada pela Polícia Federal, era lícito. Convencido de que provará sua inocência, Adelson prometeu que não será “bobo útil de seu ninguém”. A afirmação foi concedida em entrevista à jornalista Thaisa Galvão.
“Infelizmente nesse dia fiz o pagamento do aluguel de um imóvel dela que eu aluguei ao filho dela. Existem diversas pessoas, do porteiro ao síndico, que sabem e me viram usufruindo desse imóvel há quase um ano na praia de Pirangi”, contou Adelson. “Era uma amizade de aproximadamente 25 anos. Nunca me beneficiei de nada que ela fez ou deixou de fazer. Nunca perguntei nada sobre o que ela fazia ou deixava de fazer. Minha relação com ela era de amizade, sem malícia. A primeira relação que envolveu dinheiro foi o aluguel desse imóvel”.
Acerca da delação de Rita das Mercês, Adelson admitiu desconhecer o conteúdo, mas garantiu que não tem seu nome citado como receptor de nenhum benefício narrado no “esquema”. “Delação é uma coisa que ninguém sabe. Mas, todo mundo na Assembleia, no Governo, na sociedade de Natal, achava que ela estava fazendo porque era a única salvação jurídica para ela. E veja que eu não apareço em nenhum momento sendo beneficiado de nada. Eu não conheço o conteúdo dessa delação quanto a todos os citados. Mas, ela diz ter muitos documentos. Pelo menos quanto à minha pessoa ela não cita nenhum benefício com esse esquema que ela narra. Estou me sentido usado por muitos, inclusive, ela transformando um pagamento de aluguel em “pagamento de silêncio”. Eu não serei o bobo útil de seu ninguém”.
Histórico
Tanto Magaly quanto Adelson foram presos por agentes da Polícia Federal em suas residência na última terça-feira 15. De acordo com as investigações, ambos teriam tentado comprar o silêncio da ex-procuradora da Assembleia Legislativa, Rita das Mercês, e de seu filho, Gustavo Navarro Júnior. Em delação premiada, Rita acusou o governador Robinson Faria (PSD) de ser um dos principais beneficiados do esquema que desviou cerca de R$ 5,5 milhões da Casa, por meio de inclusão de servidores “fantasmas” na folha de pagamento.
Conforme alega a ex-procuradora, Robinson supostamente teria oferecido pagamento de assessoria jurídica a ela, além de ter efetuado repasses mensais de R$ 5 mil para Gustavo Navarro Júnior entre outubro de 2015 e junho de 2017, fatos, estes levados em consideração na decisão do ministro Raul Araújo, do STF, para determinar ações de busca e apreensão nos imóveis do governador, bem como as prisões de Adelson (ex-funcionário da Assembleia até 2016, quando se aposentou para exercer cargo comissionado no Gabinete Civil do Estado) e Magaly (servidora de Assembleia desde 1988).
Aqui é a Camila da Silva, e quero parabenizar você pelo seu artigo escrito, muito bom vou acompanhar o seus artigos.