O presidente estadual do União Brasil (UB), ex-senador José Agripino Maia, não descartou a possibilidade de o partido abrir espaço “mais à frente” sobre uma discussão em relação à composição de chapa majoritária de oposição à governadora Fátima Bezerra (PT). Em entrevista, nesta terça-feira 12, ele afirmou que, neste momento, não deseja falar sobre a sucessão ao governo do Rio Grande do Norte nas eleições de outubro.
O nome do ex-senador passou a ser cogitado desde o último fim de semana, como sendo “o melhor” para derrotar o projeto de Fátima Bezerra nas urnas. Entretanto, Agripino não quer, aparentemente, saber disso agora. “Não vou falar sobre isso não, só lá na frente, não tenho nenhum fato a acrescentar. Sobre essa questão de candidaturas majoritárias, o União Brasil se manifestará mais a frente”, admitiu.
E continuou: “o que eu posso dizer é que estou cuidando, exclusivamente, da nominata de candidato a deputado estadual e federal do União Brasil”, disse.
Na semana passada, nos bastidores da política potiguar, especulou-se a expectativa de uma reunião entre o pré-candidato ao Senado Federal e ex-ministro Rogério Marinho (PL) com José Agripino Maia para definição de um nome a ser lançado pela oposição bolsonarista para enfrentar Fátima, no entanto, a reunião não se confirmou.
De toda forma, esperava-se que durante o encontro, houvesse uma definição entre os dois políticos sobre qual deles iria disponibilizar o seu nome para ser o pré-candidato ao governo do Estado. Porém, o que se observou foi um cenário de abatimento na oposição, pois José Agripino e Rogério Marinho não confirmaram sequer a realização do encontro. E, com isso, a oposição segue sem rumo e sem um nome para concorrer ao governo do Rio Grande do Norte.
O presidente do UB vem sendo deixado de lado pelos partidos da oposição, mas, de uma hora para outra, passou a ser a salvação do ex-ministro Rogério Marinho e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que, de acordo com o Blog de Thaisa Galvão, a oposição nem sequer levou em consideração, antes de convidá-lo para o encontro, o fato de José Agripino ser um anti-bolsonarista.
Arrogância
José Agripino considerou “arrogante” a atitude da oposição em relação a ele. E disse ainda que, ser classificado como “o melhor nome” aos 45 minutos do 2º tempo, foi de dar vergonha. Que não se animou, se chateou e sequer se dispôs a participar de qualquer reunião.
Mostrando-se cada vez mais desesperada e com medo de ser vencida pela governadora Fátima Bezerra por WO – sem oponente -, a oposição tentou sondar o ex-deputado federal Felipe Maia, filho de Agripino, mas não teve sucesso.
O fato e a consequência prática disso é que Fátima segue rumo à reeleição sem maiores dificuldades. Enquanto isso, a oposição sequer tem um candidato a governador.
Oposição continua sem um nome definido para o Governo do RN
Sabe-se que os diálogos continuam ocorrendo entre partidos da oposição e a expectativa é de que aconteça uma definição acerca de uma pré-candidatura a governador do RN o mais rápido possível.
O deputado estadual Kelps Lima (SDD) assegurou que o principal critério de escolha, seja convidar alguém que, realmente, “queira ser candidato” ao Executivo estadual. “Não adianta mais chamar alguém que tem dúvida, não dá mais tempo”, disse o parlamentar, que é um dos mais críticos à gestão da governadora, em entrevista à Tribuna do Norte.
Kelps argumentou que partidos de oposição devem construir uma candidatura única para enfrentar a governadora do Estado, um nome consensual em torno do “sentimento popular de desaprovação à governadora”. Para ele, é urgente os líderes de partidos de oposição iniciarem a discutir um programa mínimo comum de governo “e no máximo em 15 dias” ter anunciado o nome que mais agrega como pré-candidato a governador.
“Tem que colocar quem quer ser, candidatura majoritária é uma tarefa hercúlea”, repetiu o deputado, que não disputa a reeleição e tentará uma vaga a federal e, prioritariamente, já vinha apoiando a pré-candidatura a governador, Brenno Queiroga (SDD).