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Com vigilantes em greve, bancos não atendem o público há duas semanas no RN

Paralisação começou no dia 26 de fevereiro e também afetou atendimento nos hospitais públicos do RN, mas a Justiça determinou efetivo de pelo menos 70% nas unidades de saúde.

Duas semanas após o início da greve dos vigilantes do Rio Grande do Norte, o ajudante de depósito Damião dos Santos, de 35 anos, ainda não contabilizou os prejuízos. Há dez dias, ele tenta pegar um cartão que havia pedido e chegou ao banco em que é cliente. O problema é que sem segurança, as agências não estão abrindo e ele não conseguiu receber o documento.

“Liguei para o banco para buscar uma solução, mas a moça que me atendeu disse que só é possível pegar quando tudo voltar ao normal”, contou ele. Para conseguir fazer compras e outras transações financeiras, ele conta que tem recorrido a empréstimo com amigos.

Sem os vigilantes nas agências, em boa parte das agências bancárias há apenas expediente interno, sem atendimento ao público, segundo informou o sindicato dos bancários. Os clientes só podem contar com os serviços do autoatendimento, como caixas eletrônicos e serviços por aplicativos e páginas na internet.

A dona de casa Ana Sena, de 42 anos, foi outra cliente que tentou atendimento em dois bancos nesta segunda-feira (12) e não conseguiu. “Já estou vendo que não vou conseguir de novo”, disse antes de entrar na agência do Bradesco em Candelária, ao ver a placa que anunciava a greve.

Algumas agências da Caixa Econômica voltaram a funcionar, mas apenas na capital, segundo o presidente do sindicato dos vigilantes, Pablo Henrique Araújo. “A greve é voluntária. No caso, da Caixa, por enquanto, os vigilantes decidiram voltar ao trabalho”, relatou.

Segundo a reportagem apurou, uma das três agências da Caixa em Mossoró, na região Oeste, voltou a funcionar nesta segunda (12).

Ainda de acordo com ele, haverá uma nova intermediação entre os trabalhadores e as empresas a pedido do Ministério Público do Trabalho, às 16h desta segunda. As propostas apresentadas deverão ser apresentadas à categoria em nova reunião plenária.

Exigências

Na última reunião, realizada na quinta-feira (8), os grevistas decidiram manter a paralisação iniciada dia 26 de fevereiro. Eles exigem aumento salarial de 3% acima da inflação e que não haja redução de direitos como auxílio alimentação, descanso semanal remunerado e diminuição do salário dos que trabalham no regime de trabalho de 12 horas com folga de 36 horas.

Eles também querem que a convenção coletiva seja mantida, que as empresas não descontem os dias de paralisação e não seja feita qualquer tipo de retaliação ou perseguição aos trabalhadores, por causa da greve.

Por outro lado, as empresas querem que os vigilante encerrem a greve para que as negociações sejam retomadas. Além disso, alegam que querem negociar dentro das regras da nova legislação trabalhistas e que o salário dos vigilantes potiguares (R$ 1.684,77) já é o maior da região Nordeste.

Outros serviços afetados

Outros serviços foram afetados no estado, a partir da deflagração da greve dos vigilantes. Entre eles, os atendimento nos hospitais e demais unidades de saúde do estado, que tem vigilância armada terceirizada. Caso do Hospital Walfredo Gurgel – o maior hospital do Rio Grande do Norte e precisou suspender as visitas aos pacientes, ao longo de uma semana.

Após ser provocada pela Procuradoria-Geral do Estado, a Justiça determinou o retorno de pelo menos 70% dos vigilantes que atuam nas unidades de saúde do estado. A categoria cumpriu a decisão e o atendimento foi normalizado nos hospitais e unidades básicas.

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