A comissão especial de investigação da Polícia Civil (PC) vai ouvir 400 presos da unidade prisional de Alcaçuz, sob investigação do maior massacre prisional ocorrido, no Rio Grande do Norte.
De acordo com a PC, 114 internos prestaram depoimento nas semanas que ocorreram os confrontos. Cinco foram identificados como líderes de uma das facções envolvidas. Eles foram indiciados e transferidos para presídios federais.
O delegado que preside a comissão, Marcos Vinícius, disse que 21 agentes penitenciários prestaram depoimento recentemente, e nos próximos dias devem ser ouvidos 30 policiais militares que trabalhavam na guarda externa da penitenciária.
“Nós trabalhamos com o número oficial de 26 homicídios e, além dos cinco presos que foram identificados, indiciados e retirados de Alcaçuz ainda durante a semana das rebeliões, queremos identificar outros presos envolvidos em cada um desses crimes. Mas, esse é um processo bastante trabalhoso, pois precisamos ouvir muitas pessoas devido às circunstâncias em que os homicídios aconteceram. Será preciso individualizar as condutas”, explicou o delegado.
A matança com requintes de crueldade, foi noticiada em todo mundo, levando ao debate a crise penitenciária brasileira, pelos principais veículos de comunicação e pela classe política, devido a forma violenta dos assassinatos em Alcaçuz. Ao todo 15 presos tiveram as cabeças arrancadas, muitos corpos foram esquartejados e depois queimados dentro das celas.