Exatamente um ano após Dilma Rousseff defender-se do impeachment no Senado, o Tribunal de Contas da União resolver fazer contraponto a delações e conclui que a ex-presidente, que encabeçou o Conselho de Administração da Petrobras em 2006, não teve responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena.
Segundo informações do Painel da Folha desta terça (29), o TCU entendeu que o negócio foi um dos piores já fechado pela Petrobras em toda a história da estatal. Mas não responsabilizou Dilma pelo prejuízo gerado pela compra da refinaria. “O caso deve ser avaliado pelo plenário da corte nesta quarta.”
O caso Pasadena foi um dos primeiros escândalos de corrupção forjado a partir de depoimentos de réus da Lava Jato a chacoalhar o governo Dilma, logo após a reeleição de 2014. Apesar de o TCU já ter apontado, ainda naquele ano, que a petista não tinha agido com dolo, prevaleceu desde então a delação de Nestor Cerveró e de Delcídio do Amaral, apontando que Dilma sabia “de todos os problemas” e ainda assim chancelou a compra.
“A ex-presidente sempre afirmou que a primeira etapa da compra, em 2006, só ocorreu porque o Conselho de Administração não tinha todas as informações a respeito do trato”, apontou a Folha.
“Ao relator do caso, o ministro Vital do Rêgo, os analistas do TCU recomendam a responsabilização, entre outros, de Cerveró e do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e propõem que ambos sejam inabilitados a ocupar cargo ou função pública por oito anos”, acrescentou.