Depois dos partidos do “centrão”, foi a vez do DEM afirmar, também nesta quarta-feira (9), que o governo não conseguirá votar a reforma da Previdência. A declaração foi do líder da bancada do partido na Câmara, Efraim Filho (PB).
“É hora de o governo ter humildade e saber trabalhar com a base que saiu da votação da denúncia. O que dá para votar agora é matéria com quórum simples. Não é o caso da Previdência”, afirmou.
A decisão vai de encontro ao que disse o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que espera resolver a questão até o próximo mês. As informações são da GloboNews. O DEM tem hoje 29 deputados.
Por parte do centrão, a justificativa para a decisão foi de que, depois do desgaste causado pelo apoio ao presidente durante a votação da denúncia de corrupção passiva, no plenário da Câmara, é arriscado votar outra medida polêmica em ano pré-eleitoral.
“Reforma da Previdência se vota no início de mandato. Em final de mandato, é muito perigoso colocarmos uma matéria dessa, ainda mais no momento em que estamos vivendo na Câmara dos Deputados”, disse o líder do PR, José Rocha (BA), um dos três partidos mais importantes do grupo, junto com PP e PSD.
No entanto, de acordo com informações da GloboNews, além do prejuízo causado às imagens dos deputados, eles estariam insatisfeitos com a postura adotada pelo governo em relação aos partidos da base que não votaram majoritariamente a favor de Temer: PSDB e PSB.
Juntas, as bancas de PP, PR e PSD somam 123 deputados. Na votação da denúncia, os três partidos deram 87 dos 263 votos a favor de Temer. Para aprovar a reforma da Previdência, o governo precisa de 308 votos.
Para piorar a situação do Planalto, há ainda a expectativa de uma segunda denúncia, por parte da Procuradoria-Geral da República, contra MIchel Temer, dessa vez por obstrução da Justiça, o que desgastaria ainda mais a imagem dele e dificultaria as articulações políticas em prol das reformas.