Um grupo de 15 professores e universitários de diversas universidades brasileiras e estrangeiras uniu forças em um documento apresentado ao Ministério Público Federal (MPF), demandando uma investigação sobre a responsabilidade de instituições no Brasil relacionadas à escravização. A denúncia lança luz sobre o papel do Banco do Brasil em relação ao comércio de pessoas escravizadas durante os séculos 15, 16, 17, 18 e 19, reavivando um debate importante sobre o triste legado da escravização no país.
Em uma reunião ocorrida na sexta-feira, 27 de outubro, os procuradores e advogados do BB concordaram que o Banco do Brasil terá um período de 15 dias para emitir um manifesto oficial reconhecendo sua participação nos eventos relacionados à escravização. Esse desenvolvimento é um passo significativo na busca por responsabilidade histórica por parte das instituições.
Os historiadores apontam que escravização e modernidade eram partes constituintes da instituição financeira. O primeiro Banco do Brasil, criado em 12 de outubro de 1808, teria surgido para enfrentar a escassez de crédito e de moeda no império português, e se beneficiou dos recursos provenientes da arrecadação de impostos sobre embarcações dedicadas ao tráfico de escravizados.
Antes da reunião com o MPF, o Banco do Brasil emitiu uma declaração em resposta às alegações, afirmando: “Os debates sobre a escravidão (sic), para serem efetivos e ganharem a dimensão merecida, devem envolver toda a sociedade brasileira atual”.
A instituição também acrescentou: “É importante que se tenha uma leitura mais completa da realidade da época, com a devida consideração do contexto histórico, social, econômico, jurídico e cultural do período em que se desdobrou a escravidão (sic)”.
*Com informações da Carta Capital