Depoimentos foram prestados à Polícia Civil após atos terroristas na Praça dos Três Poderes.
Três golpistas presos contaram à Polícia Civil que foram orientados a se abrigar no Palácio do Planalto durante os atos terroristas que vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo.
Em um dos relatos, um homem do Distrito Federal contou aos investigadores ter ido ao ato antidemocrático na Esplanada do Ministério para tentar encontrar o seu pai. Ao chegar próximo ao Palácio do Planalto, segundo ele, começaram a estourar bombas de gás lacrimogênio.
“Neste momento, chegaram a cavalaria da PM, a tropa de choque da PM e sobrevoava o local um helicóptero jogando bombas, e a única direção livre para o declarante, era a do Palácio do Planalto, onde havia militares do Exército que acenaram para os manifestantes, chamando-os para se abrigar no Palácio do Planalto”, contou ele, acrescentando que a porta do prédio estava aberta, com estilhaços no chão e cadeiras reviradas.
O golpista preso, que se identifica como administrador, afirmou ainda que “uma pessoa começou a organizar a saída” dos que estavam deitados, mas um “Policial do Choque não acatou essa ideia e disse que todos seriam presos”.
Outro preso, um empresário de Belo Horizonte (MG), disse que estava em Brasília desde novembro e que, durante os atos terroristas, a Polícia Militar orientou os golpistas a se abrigar no Planalto em meio à disseminação de gás lacrimogêneo. “Estavam fora do Palácio do Planalto, que em determinado momento jogaram muito gás, que tentaram se abrigar em um local seguro, que a própria PMDF falou para os manifestantes entrarem no Palácio, a fim de se abrigar, que o declarante e outro manifestante subiram a rampa para se abrigar” Afirmou ele.
Um terceiro preso, um corretor de seguros de Santa Catarina, relatou que militares do Exército orientaram golpistas a “aguardarem ao lado do Palácio do Planalto” durante a disseminação de gás lacrimogêneo, mas que, diante da confusão, acabaram entrando no prédio.
Todos os três golpistas, ouvidos pela Polícia Civil, afirmaram que, no momento em que adentraram nas instalações do Planalto, os atos de depredação e vandalismo já haviam sido realizados e negaram ter destruído o patrimônio público. Procurados, a Policia Militar e o exército não se pronunciaram