O jornal Folha de São Paulo publicou na última segunda (25) uma reportagem sobre a estatal federal Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), antigo ministério do pré-candidato ao Senado Rogério Marinho (PL).
Segundo o relatório da Controladoria Geral da União (CGU), a estatal realizou em 2020 uma licitação superfaturada para a compra de canos PVC sem necessidade e planejamento. Essa licitação, na realidade, tinha por objetivo desovar emendas parlamentares.
A CGU apresentou as irregularidades, contudo, a empresa não seguiu a recomendação de suspensão do órgão e já gastou mais de R$ 2 milhões com o contrato vigente na Bahia.
Com a ascensão de Rogério Marinho ao MDR, a Codevasf passou a ter mais influência política e envio de emendas via orçamento secreto, tornando-se um alvo do Centrão. Segundo a ong Contas Abertas, a empresa recebeu R$ 2,8 bilhões via orçamento secreto.
Segundo a reportagem, a empresa admitiu à CGU a influência política.
“Esses recursos [de emendas] são descentralizados à Codevasf a partir de articulações político-institucionais, as quais não estão vinculadas estritamente a um cronograma preestabelecido, o que de fato dificulta e/ou inviabiliza um planejamento preciso do dimensionamento da demanda a ser adquirida. Os parlamentares, por meio de interações com lideranças e seus assessores, efetuam o levantamento de necessidades para balizar as aquisições e/ou contratações”, admite a empresa pública.