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Preço da gasolina não cairá com troca na Petrobras, dizem analistas

A troca na presidência da Petrobras, anunciada nesta segunda-feira (28/3), não terá efeito sobre o preço dos combustíveis, segundo economistas ouvidos pelo Metrópoles. O curto tempo até as eleições e entraves de governança para proteger a própria companhia são algumas das explicações para o fato de essa mudança não se refletir no valor cobrado pela empresa.

Economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira afirma que a troca na presidência da empresa não é suficiente para causar uma alteração na dinâmica. “Pode haver mudanças nas políticas da Petrobras, mas mesmo essas mudanças têm travas de conduta, então é difícil acreditar que haja alguma alteração real”, diz.

Desde 2016, no governo Temer, a política de preços adotada pela estatal é seguir a paridade com o mercado internacional. Assim, o preço dos combustíveis é diretamente afetado pela cotação do dólar e pelo valor do barril no mercado.

A demissão do general Joaquim Silva e Luna da presidência da petrolífera é, desta forma, vista por especialistas apenas como uma jogada política do presidente Jair Bolsonaro (PL). Neste mês, por exemplo, houve um reajuste no preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras em 18,8%. Para o diesel, o preço médio subiu 24,9%.

A expectativa é de que Adriano Pires assuma o cargo após o dia 13 de abril, quando acontecerá a Assembleia Geral Ordinária do Conselho de Administração da Petrobras. Em uma de suas últimas declarações públicas, Pires defendeu a criação de fundo de estabilização para evitar repasses de preço ao consumidor do petróleo.

Nome adequado

O nome é encarado como uma escolha técnica e que foi bem-recebida pelo mercado, apesar de uma queda nas ações da estatal. “A Petrobras hoje, em relação ao petróleo, não teve uma queda expressiva. É porque o mercado entende o nome do Adriano Pires como adequado”, afirma o economista-chefe da corretora de valores Necton, André Perfeito.

Nesta segunda, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) cederam 2,63%, negociadas a R$ 34,08, logo depois da informação da troca. As ações preferenciais (PETR4, sem direito a voto) caíram 2,17%, e ficaram cotadas a R$ 31,60.

O petróleo teve uma queda de cerca de 7%, em função de movimentações internacionais.

Efeitos na Bolsa

Economistas avaliam que efeitos sobre o dólar e a bolsa também não serão expressivos, uma vez que Petrobras é apenas um entre vários fatores importantes do mercado.

O dólar teve, nesta segunda, uma alta de alta de 0,53%, negociado a R$ 4,7716, após oito dias consecutivos de queda. Porém o aumento na cotação estaria relacionado a mudanças no cenário internacional mais do que ao anúncio da estatal.

Governo considera subsídio

Em busca de uma forma alternativa de abaixar o preço dos combustíveis, o governo estuda a possibilidade de criar um novo programa de subsídio temporário. A proposta é estipular um valor fixo de referência para a cotação dos combustíveis e subsidiar a diferença entre esse valor e a cotação internacional do petróleo. O pagamento seria feito a produtores e importadores de combustíveis.

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