Pacote de bondades de Bolsonaro custará caro ao próximo presidente
Se os brasileiros soubessem, principalmente os mais pobres, que cada governo de ocasião aumenta a renda deles em ano eleitoral e diminui no ano seguinte por meio de aumento de impostos e outros truques, votariam menos enganados.
O conselho que dou: desfrutem dos benefícios concedidos, mas não se sintam devedores de ninguém. Votem com independência. O dinheiro dado com uma mão e retomado depois das eleições é dinheiro público. Não sai do bolso dos governantes.
Sai do Tesouro Nacional, que é sustentado em larga medida por quem paga impostos, e os ricos pagam menos porque as leis os favorecem. Não é por outra razão, por exemplo, que Paulo Guedes, ministro da Economia, guarda parte de sua fortuna no exterior.
Não se sabe se Bolsonaro e seus filhos têm dinheiro em paraísos fiscais. Talvez não tenham porque preferiram investir em imóveis. O que está claro é que Bolsonaro, por enquanto sem votos para se reeleger, está gastando para além do que o governo pode gastar.
Caberá ao próximo presidente, seja ele qual for, pôr as contas públicas em ordem, e isso passará por um duro arrocho fiscal. É sempre assim. A hora, pois, é de distribuição de bondades que ninguém recusa. Em outubro, a hora será de votar livremente.