A governadora Fátima Bezerra (PT) e o presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), terão uma conversa franca, aberta e definitiva sobre as eleições 2022. O encontro acontecerá nos próximos dias.
Fátima vai perguntar a Ezequiel se ele continua apoiando o governo ou se será candidato a governador contra a ela.
A conversa é necessária. O tempo é agora. Para os dois lados.
A governadora precisa saber com quem contará na sua caminhada pela reeleição; o presidente da Assembleia Legislativa precisa se posicionar para encaminhar o seu projeto político-eleitoral.
O encontro não pode mais ser retardado.
Nos últimos dias, cresceram as possibilidades de Ezequiel ser candidato a governador. As conversas de bastidores e os “balões” soltados por setores da imprensa, indicam que há um caminho preparado para o líder tucano, com apoio da oposição.
Ezequiel, por meio do PSDB estadual, nega qualquer decisão sobre eleições. E, como estratégia, ele se mantém em silêncio sobre o assunto.
Porém, Ezequiel tem se apresentado muito mais com a oposição do que com membros do governo. Não há registro de sua presença na agenda administrativa da governadora Fátima há muito tempo. Observe que a sua companhia frequente é o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, que é pré-candidato a senador, e adversário ferrenho de Fátima e do PT.
Mas, também é importante observar que o fio de ligação entre Fátima e Ezequiel está intacto até aqui: o comando da Secretaria de Agricultura continua com o presidente da Assembleia. A governadora mantém no cargo Guilherme Saldanha, indicado por ele, e Ezequiel não dá sinais que devolverá a pasta a chefe do Executivo.
Outra situação emblemática é o da bancada de Ezequiel na Assembleia Legislativa que faz oposição sistêmica e até radical ao governo estadual. O deputado Gustavo Carvalho, liderado de todas as horas de Ezequiel, comanda o discurso contra o governo. Foi ele, inclusive, que pediu a abertura da CPI da Covid para investigar a Secretaria de Saúde do Estado, com propósito político bem claro: atingir a governadora.
Portanto, esses são os ingredientes políticos que temos na mesa e, partir deles, é até possível fazer uma receita que se aproxime da realidade eleitoral, porém, sem a certeza de que o bolo sairá do forno como imaginamos.
O fato é que Fátima e Ezequiel têm seus objetivos em mente, as suas estratégias definidas, mas também têm incertezas, por isso, a necessidade de clarear o cenário com uma conversa franca, aberta, olho no olho, para carimbar o rumo de cada um ou dos dois juntos.
O tempo urge.
Jornal de Fato