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Desde agosto, 38% dos municípios brasileiros não registram mortes por Covid

No total, 2.115 cidades não computam óbitos provocados pela Covid-19 há, pelo menos, 52 dias

Com o avanço crescente da vacinação contra a Covid-19 no país e a atual estabilização da média de mortes provocadas pela doença nos últimos dias, uma análise do número de óbitos registrados pelos municípios traz boas notícias sobre a curva de desaceleração da pandemia no Brasil.

Desde agosto deste ano, 2.115 cidades não computam novos óbitos provocados pelo Sars-CoV-2. A quantidade representa 38% das cidades do país sem falecimentos causados pela doença há, pelo menos, 52 dias. O levantamento foi feito pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com informações do Ministério da Saúde.

A maior parte desses locais está em Minas Gerais. Por lá, 314 cidades estão nessa situação. Machado, com 42.682 habitantes, segundo estimativa do IBGE, é a localidade mais populosa do estado sem registro de óbitos por coronavírus no período, com o total de 97 mortes pela doença computadas desde o início da pandemia.

Outro município da listagem que chama a atenção é Breves, situado no sudoeste da Ilha de Marajó, no Pará. Além de ser o mais populoso do país a não computar falecimentos no período por Covid, Breves tinha sofrido escalada de óbitos em maio do ano passado, com surto de casos que deixou 34 vítimas em apenas duas semanas.

A cidade, que figura na lista das 50 com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de todo o Brasil, não tinha estrutura para o cuidado de pacientes e contava com apenas quatro leitos de unidade de terapia intensiva antes de a pandemia chegar ao país. Segundo dados do Vacinômetro, 42,5% dos habitantes de Breves já tomaram a primeira dose de vacina contra a Covid-19.

Para Werciley Júnior, infectologista e chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Lúcia, o reflexo também é visto nos hospitais, com diminuição no tempo de internação de pacientes e um número menor de casos graves registrados.conteudo patrocinado

“Nós estamos observando essa redução da taxa de mortalidade nas últimas semanas em todo o país, e podemos, com toda a certeza, associar isso ao avanço gradual da vacinação”, salienta.

Segundo a última edição do Boletim Observatório Covid-19, da Fiocruz, publicadanessa quarta-feira (22/9), a tendência é de queda na ocupação de leitos de Covid-19 para adultos. Com exceção do Espírito Santo e do Distrito Federal, onde se observou aumento de mortes entre os dias 13 e 20 de agosto de 2021. O indicador continua apresentando sinais de queda ou estabilização no país.

Segundo dados obtidos no dia 20 de setembro, nenhuma unidade da Federação está na zona crítica, com taxa superior a 80% de leitos para Covid-19 ocupados.

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