Escolha do senador Ciro Nogueira para a Casa Civil evidencia que a crise política é grave, aponta a jornalista Andrea Jubé, analista política do Valor Econômico
“A escolha do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas (PP) e líder do Centrão, para a assumir a Casa Civil no lugar do general da reserva Luiz Eduardo Ramos evidencia que a crise política é grave e preocupa o presidente Jair Bolsonaro ao ponto de ele finalmente dispensar intermediários na interlocução com o bloco de aliados que lhe dá sustentação no Congresso. Ciro Nogueira no ministério mais importante do Palácio do Planalto significa, na prática, o Centrão no comando do governo”, avalia a jornalista Andréa Jubé, no Valor Econômico.
“É a primeira vez, desde o surgimento do Centrão, durante os trabalhos da Assembleia Constituinte, que um líder do bloco assume a cadeira mais relevante do governo. Tradicionalmente, a Casa Civil é comandada por um aliado da confiança absoluta do presidente. Em geral, dos quadros do partido. Acrescente-se que o Centrão contará com dois assentos no quarto andar do Planalto: Nogueira vai atuar em sintonia com a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), que já vem articulando em dobradinha informal com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em outras palavras, o governo Bolsonaro terá os próceres do Centrão, Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto, presidente do PL – protagonistas de escândalos como o Mensalão e a Lava-Jato – na linha de frente do Planalto”, aponta ainda a colunista.