O líder do governo na Câmara é acusado de participar de supostas irregularidades na compra da vacina indiana contra Covid
Após reunir-se com parlamentares aliados do governo para tratar da reforma administrativa, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), disse que não dará declarações à imprensa até a data do seu depoimento à CPI da Covid-19. Barros é acusado de participar de supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.
Questionado por jornalistas na saída do Palácio do Planalto, na manhã desta quinta-feira (1º/7), o parlamentar declarou: “Falarei após a CPI só”. Nesta quarta-feira (30/6), a comissão decidiu convocar o deputado para depor na próxima quinta-feira (8/7). A convocação, todavia, deve ser convertida em convite por ele ser deputado federal e já ter se colocado à disposição de prestar depoimento à comissão.
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse, em depoimento na última sexta-feira (25/6), que, ao denunciar ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) as suspeitas de irregularidades nas negociações da vacina Covaxin, Bolsonaro teria citado Barros como alguém envolvido no caso. Barros nega.
Reforma administrativa
Enquanto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve Dominguetti, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), convidou deputados da base e outras lideranças para tratar da reforma administrativa no Palácio do Planalto.
Barros, que já foi ministro da Saúde na gestão Michel Temer (MDB), é apontado como um dos padrinhos políticos do ex-diretor Roberto Ferreira Dias. O parlamentar disse que Dias foi nomeado diretor no Ministério da Saúde em 2019, “quando não estava alinhado ao governo”. “Assim, repito, não é minha indicação. Desconheço totalmente a denúncia da Davati”, prosseguiu.
O ex-deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR) admitiu que indicou Roberto Ferreira Dias para o cargo de diretor de Logística do Ministério da Saúde. Lupion afirma que recomendou Dias por seu perfil técnico.
Segundo parlamentares, o encontro desta quinta-feira (1º/7) ocorre para que a equipe econômica apresente novas orientações em torno da proposta de reforma administrativa, que está em análise em uma comissão especial na Câmara. O ministro da Economia, Paulo Guedes, não participa do encontro.
“Estamos na expectativa, esperando o que a equipe econômica tem para trazer de novo”, disse o líder do PSL, Vitor Hugo (GO). “Agora acho que os líderes devem apresentar também algumas preocupações e a gente vai avançar na aprovação.”
A PEC nº 32, de 2020 foi apresentada pelo Poder Executivo em setembro de 2020. O texto mexe na forma de contratação, na remuneração e no desligamento de pessoal. Um dos pontos mais polêmicos é o fim da estabilidade. A PEC já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e é agora analisada por uma comissão especial. Em seguida, seguirá para análise do Plenário.
Fonte: Metrópoles