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Procurador-geral de Justiça do RN nega vazamento de informações em processo contra deputado

Desembargador Glauber Rêgo determinou apuração de vazamentos em processo contra deputado Ricardo Motta, que foi afastado do cargo.

Procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, convocou a imprensa e divulgou uma nota, nesta sexta-feira (9), para negar que tenha atuado em vazamento de informações em processo contra o deputado estadual Ricardo Motta. O parlamentar foi afastado das funções nesta quinta-feira (8), após decisão do Tribunal de Justiça do RN, em processo que investiga esquema de desvio de recursos do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente.

Na decisão do afastamento, o desembargador Glauber Rêgo determinou que vazamentos de informações sejam apurados. O desembargador destaca que em dois momentos os fatos noticiados tiveram repercussão na seara processual, o primeiro quando inviabilizou a eficácia de medidas cautelares deferidas em segrego de justiça e, por fim, quando usadas como um dos fundamentos da suspensão da função pública do investigado.

Em nota divulgada nesta tarde, o Ministério Público afirma que: “Efetivamente houve vazamento de informações e isso está documentado nos autos. Quem percebeu a ocorrência desse vazamento foi o procurador-geral de Justiça, que imediatamente se dirigiu ao gabinete do desembargador relator Glauber Rêgo, colocou-o a par do fato e reforçou, em nova petição, a necessidade de apuração do episódio e do afastamento imediato do deputado Ricardo Motta, cujo pedido já havia sido requerido anteriormente, mas não tinha sido decidido pelo desembargador relator”.

Nesse processo, a defesa do deputado Ricardo Motta, através do advogado Tiago Cortez, informou que o parlamentar havia recebido “um recorte de papel com alguns números impressos” após ser abordado por “uma pessoa desconhecida que se disse emissário de Rinaldo”. O advogado afirma que ao consultar os números que estavam no recorte de papel no sistema do TJRN constatou que eles se referiam aos procedimentos cautelares contra o deputado Ricardo Motta.

Ainda na nota divulgada pelo Ministério Público, na tarde desta sexta-feira, consta que: “Soa muito estranho que o desembargador relator Glauber Rêgo, tendo sido comunicado do vazamento pelo procurador-geral de Justiça, no despacho do processo nº 2017.004998-7 tenha descartado de plano outras hipóteses investigativas, como o vazamento no âmbito do próprio Tribunal de Justiça, que recebeu os procedimentos desde o dia 12 de maio do ano em curso, aderindo facilmente à ideia de que o vazamento veio do órgão investigador, modificando sua decisão anterior, que determinava a apuração da possibilidade de vazamento no âmbito do judiciário”.

O procurador-geral de Justiça destaca que o Ministério Público está adotando as seguintes providências: instauração de procedimento investigatório criminal para apurar violação de sigilo funcional de servidor público ou membro indeterminado, em concurso com o deputado estadual Ricardo Motta; remessa de cópia dos autos, com representação para apuração do vazamento, para o Conselho Nacional de Justiça, para o Superior Tribunal de Justiça, para o procurador-geral da República, bem como para o Presidente e o Corregedor-geral do Tribunal de Justiça local.

“O que existe de concreto é que o investigado mostrou que tem poder e se beneficiou do vazamento de informações, de modo que essa violação do sigilo, neste momento, somente pode ser atribuída à atuação do investigado”, conclui a nota divulgada pelo Ministério Público.

O procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, informou que também interpelará judicialmente o deputado Ricardo Motta quanto à suposta atribuição do vazamento à sua pessoa.

Rinaldo Reis, procurador-geral de Justiça do RN, atribui vazamentos ao próprio deputado Ricardo Motta (Foto: Divulgação/Assessoria MPRN)

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