O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, pediu a prisão em flagrante do ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, que presta depoimento no Senado nesta quarta-feira. Calheiros apontou “espetáculo de mentiras” e pediu prisão após negativa do depoente sobre autorização oficial para campanha “Brasil não pode parar”. No entanto, o presidente da CPI, Omar Aziz, negou a solicitação e defendeu que “não é carcereiro de ninguém”.
“Temos que ter cautela, para que aqui não sejamos um Tribunal que está ouvindo e já julgando. Não é impondo a prisão de alguém, que ela não vai dar resultado. Se depender de mim, eu não vou mandar prender o Wajngarten. Eu não gosto de ser injusto com outras pessoas. Não tomarei essa decisão. Será preso depois que, e se, for julgado”, apontou Aziz.
Em contraponto, Calheiros considerou as declarações de Wajngarten um “desprestígio” do trabalho realizado no Senado, onde quem presta os depoimentos tem o “compromisso de dizer a verdade”. O senador entende que “se o depoente sair ileso depois de mentir, vamos escancarar porta que teremos dificuldade de fechar”.
Na visão do presidente da CPI, o depoimento de Wajngarten foi “o mais proveitoso em termo de conteúdo” para o trabalho da Comissão. “Hoje tivemos uma informação que não tinhamos: metade da Cúpula do governo já sabia que a Pfizer estava oferecendo vacinas desde novembro”, pontuou.
Mediante esse posicionamento de Aziz, Calheiros afirmou que todos respeitarão a determinação do presidente da CPI e não darão voz de prisão para Wajngarten.