Hoje ao conversar com um amigo sobre a Educação de anos atrás e suas disciplinas como Educação Moral e Cívica, dentre outras (que atualmente foram extintas do curriculum, por motivos históricos, políticos com visões e interesses distintos), ficou uma pergunta: Será que estas disciplinas não podem retornar as escolas com outa perspectiva, contemplando os direitos e deveres do cidadão, a coletividade, entre outros fatores? Ou temos esta abordagem com um contexto diferenciado?
Na trajetória deste amigo e na minha também, algumas disciplinas eram norteadoras de uma formação de respeito, de limites, de cidadania. Não sei, mas parece-me que naquelas épocas a escola tinha um amparo, um conhecimento ou um interesse mais enfático nestas perspectivas, talvez de sujeitos esclarecidos, com opinião própria.
Nossa reflexão esteve centrada nesta preocupação diária em abordarmos conteúdos e mais conteúdos com as crianças do Ensino Fundamental e principalmente do Ensino Médio, deixando lacunas nas relações interpessoais destas crianças. Desta forma, voltamos o questionamento: Será que já sabemos quem são estas crianças? A que vieram e como podemos direcioná-las enquanto educadores, pais e responsáveis?
Dahlberg, Moss e Pence (2003, p.65) pontuam que a criança está no processo para se tornar adulto, é um ser em potencial, ou seja, está à espera de investimentos. “O progresso na jornada da realização é indicado pela aquisição de habilidades adequadas, o cumprimento de estágios e uma autonomia crescente”.
A criança, tempos atrás era vista como uma tábula rasa, mas hoje elas chegam à sociedade com inúmeras aprendizagens e abertas a tantas outras. Nós como educadores precisamos motivar seu crescimento intelectual de maneira eficaz, com princípios e valores que transformem um pouco o mundo existente com suas ações.
Na Educação Infantil, as atividades precisam ter um peso avaliativo, de produção, ou seja, que mostre aos pais o conteúdo contemplado. No Ensino Fundamental, as matérias se multiplicam e a criança já sente esta responsabilidade, em dar conta dos conteúdos, caso contrário os pais ou responsáveis não consideram seu desenvolvimento. Já no Ensino Médio a “enxurrada” de conteúdo é sem limites, ou seja, a criança assimila, armazena tudo isto para os primeiros minutos do vestibular, e na realização da prova….Bingo! Agora é um universitário.
Diante disto, fico pensando: Esta criança não sai da escola como um depósito de informações, conteúdos automatizados que nesta nova fase não saberão mais como utilizá-las? E se ao invés de traçarmos toda esta luta diária com os conteúdos, também abrirmos um espaço para trabalharmos com os alunos as questões de cidadania, civilização, respeito ao próximo, o estilo, tempo e momento de aprender de cada um?
A competitividade existe na Academia e no mercado de trabalho, mas precisamos ter consciência e controle de nossas aprendizagens, sem passar na frente dos outros desrespeitando os valores dos demais, o espaço do outro, sua formação, seus pensamentos, suas propostas. Acredito que resgatando estas disciplinas podemos evitar a propagação de tantas atitudes indevidas, ligadas diretamente a escola como acompanhamos na mídias e nos nossos espaços de trabalho. Assim, também pode-se amenizar os rótulos e diagnósticos precoces de crianças e demais sujeitos, nos consultórios psicológicos ou psicopedagógicos.
“Ontem um menino que brincava me falou que hoje é semente do amanhã. Para não ter medo que este tempo vai passar, não se desespere não, nem pare de sonhar. Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs. Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar! Fé na vida Fé no homem, fé no que virá! Nós podemos tudo, nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será”.