O número de casos confirmados do novo coronavírus no Rio Grande do Norte chegou a 34.983 e 1.246 óbitos com confirmação da doença foram registrados no Estado, segundo informações repassadas pela Secretaria da saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP-RN) nesta segunda-feira, 6.
O Estado tem 47.654 casos suspeitos, 54.914 descartados. 173 óbitos estão em investigação.
A taxa de ocupação de leitos críticos do SUS voltados ao tratamento de pacientes com sintomas do novo coronavírus, era de 95,4% na Região Metropolitana, segundo dados do RegulaRN, observados às 14h57. No Hospital Central Coronel Germano (Hospital da PM), Hospital Giselda Trigueiro, Hospital Memorial São Francisco, Hospital Municipal de Natal e Hospital Rio Grande a taxa de ocupação era de 100%; no Hospital Luiz Antonio 95,7% dos leitos estavam ocupados, no Hospital Colônia João Machado o percentual de ocupação era de 91,3%, no Hospital Maternidade Belarmina Monte 85,7% dos leitos contavam com internamentos, e no Hospital de Campanha de Natal de 78,6% dos leitos estavam com internamentos.
No Oeste a taxa de ocupação dos leitos era de 89,7%. Em Mossoró, 100% dos leitos do Hospital São Luiz e 95% dos leitos do Hospital Regional Tarcísio Maia contavam com internamentos. Em Pau dos Ferros, a taxa de ocupação do Hospital Regional Cleodon Carlos de Andrade era de 44,4%
No Seridó, 69% dos leitos do Hospital Regional Telecila Freitas Fontes estavam ocupados.
Na região do Mato Grande, a taxa de ocupação dos leitos do Hospital Manoel Lucas de Miranda, localizado em Guamaré, era de 75%.
Em todo o Estado, 24 leitos críticos estavam bloqueados e 27 estavam disponíveis.
A fila de espera formada por pacientes atendidos em unidade dos municípios a espera de leitos para atendimento de pessoas com sintomas de Covid-19 tinha 12 pessoas a espera de leitos críticos e 22 a espera de leitos clínicos.
40 pacientes aguardavam transporte paira serem transferidos a uma unidade de referência.
Na sua participação na coletiva de imprensa desta segunda-feira, a coordenadora de Urgência e emergência da SESAP-RN, Renata Silva Santos, falou sobre a questão do transporte sanitário.
Segundo ela, a equipe está lutando para fazer com que o tempo de transferência entre o local onde o paciente aguarda o leito até o leito, que hoje fica em torno de dez horas, diminua. “O tempo médio desde o acionamento até a chegada ao hospital estava em torno de dez horas e se você considerar esse tempo ele é até maior porque vai o aceite do serviço até a chegada do paciente, pode chegar até 24 horas para o paciente de fato chegar à vaga, mas no tempo de transporte aguardando está em média dez horas”, disse.
De acordo com Renata Santos, foram feitos estudos e observado o que poderia ser feito de forma objetiva para diminuir esse tempo de transferência. Fez avaliação nas ocorrências do SAMU e, com base na observação do SAMU RN, foi feita uma chamada pública. Uma empresa credenciada se candidatou e o processo foi concluído na sexta-feira com assinatura do contrato com a empresa Serv. Saúde Eirelli. O serviço, segundo Renata Santos, está entrando em funcionamento a partir da tarde desta segunda-feira.
Segundo ela, a expectativa é que essa ação melhore a qualidade da assistência e diminua o tempo de resposta, para que o paciente chegue o quanto antes para ter assistência prestada de forma adequada.
A coordenadora de Urgência e emergência da SESAP afirmou que o processo é gradativo e espera melhorar durante a semana. De acordo com Renata, o contato prevê até seis ambulâncias e está sendo iniciado hoje, com a Região Metropolitana.
A assessoria de comunicação do Governo do Estado acrescenta que o contrato emergencial terá duração de seis meses e valor mensal estimado de R$ 1.424.016,00.
Isolamento social
De acordo com dados do Inloco, o nível de isolamento social no Rio Grande do Norte nesse domingo, 5, ficou em 50,37%.
Secretário de Tributação fala sobre notificação dos Ministérios Públicos
O secretário de Tributação do Estado, Carlos Eduardo Xavier, também participou da coletiva. Ele falou sobre o posicionamento do Ministério Público acerca do início da abertura gradual das atividades econômicas.
Ele comentou o quadro atual do Estado e falou sobre o processo de retomada. De acordo com Carlos Eduardo Xavier, quando o Governo do Estado iniciou o processo de abertura na semana passada foi baseado em tendências que acreditaria que iriam se confirmar, baseado na taxa de R(t) repassada pelo Comitê Científico do Estado e na projeção de abertura de leitos por parte do Estado.
Para o secretário, o cenário mostra que o Governo do Estado tem agido com responsabilidade nas tomadas de decisões. “A gente entende o questionamento dos Ministérios Públicos, com os dados que eles tinham, eles nos fizeram agora no final de semana uma notificação para explicarmos os motivos que nós tomamos essa decisão. Nós tomamos essa decisão com base em tendências que começam a se confirmar durante essa semana”, afirmou o secretário.
“Isso não quer dizer que passamos do pior momento. Não. Nós não passamos do pior momento. Nós precisamos ainda estar alertas, a sociedade precisa ainda estar alerta para essa pandemia que é muito traiçoeira. Aquilo que você faz hoje uma semana depois pode mudar todo o quadro que começa a se desenhar agora. Nós iniciamos esse processo de retomada na quarta-feira passada e temos na próxima quarta-feira um ponto de checagem se vamos avançar para a segunda fração. Nós ainda não temos essa posição, mas avaliamos, os números mostram que o Governo tomou essa posição de forma responsável e a tendência que nós imaginávamos que iria se concretizar começa a se transformar em notícias positivas para a população”, acrescentou.
Entenda a Situação
Na sexta-feira, 3 Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN), Ministério Público do Trabalho no Estado (MPT/RN) e Ministério Público Estadual (MP/RN) se direcionaram à população potiguar, através de uma nota pública conjunta. Na nota, os órgãos afirmaram que “a decisão de reabertura das atividades econômicas proposta pelo Estado do Rio Grande do Norte e pelo Município de Natal/RN não foi respaldada por dados científicos consistentes”.
Por meio do documento, os órgãos informaram ainda que “o MINISTÉRIO PÚBLICO, por meio dos três ramos no Estado, estuda a adoção das medidas cabíveis para garantir o enfrentamento adequado da pandemia no Estado e prevenir maiores, mais graves e irreversíveis danos à população”.
Na nota os órgãos mencionam que o autorizou a reabertura inicial e gradual da economia, sob o argumento de que havia embasamento em orientação do Comitê Científico estadual, porém, a recomendação do Comitê só foi publicada no dia seguinte, apresentando dados ainda preocupantes. No documento, os órgãos afirmaram ainda que afirmam que é necessário que a população entenda que a taxa de contágio continua alta, a quantidade de UTI ainda não é suficiente para a demanda que se mantém elevada, que há déficit de medicamento para procedimento de intubação e o número de mortes no Brasil continua alto.
Relembre aqui o conteúdo da nota conjunta.