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Previsão fúnebre: Secretário de Saúde projeta “cenário otimista” com 370 mortes em abril no RN

Uma semana após o secretário-adjunto da Saúde Pública do Rio Grande do Norte, Petrônio Spinelli, fazer uma previsão fúnebre que o Estado teria cerca de 300 mortes em 30 dias, média de dez óbitos por dia, foi a vez do titular da Sesap-RN, Cipriano Maia, apresentar previsão assustadora. Ele projeta que o RN terá 157 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus (Covid-19) no dia 2 de maio.

Cipriano Maia apresentou a projeção pessimista nesta terça-feira, 7, em entrevista coletiva à imprensa de Natal. Na ocasião, ele afirmou que, caso essa previsão seja confirmada, a rede de saúde pública do Estado entrará em colapso.

Para apresentar os números, Maia contou com o médico Ricardo Volpi, que fez cálculos junto a Secretaria de Saúde e com matemáticos da Universidade Federal do RN (UFRN). As estimativas foram apresentadas em slide. O secretário de Saúde, porém, advertiu que os 157 mil infectados envolvem casos confirmados e subnotificados.

Cipriano também ressaltou que, como se trata de projeção, os números serão atualizados a cada semana, considerando algumas variáveis como cumprimento de medidas de isolamento, média de novos casos por infectados e taxa de mortalidade observada no mundo.

Segundo Cipriano Maia, no cenário observado na semana passada com 42% dos potiguares em isolamento social e média de três a quatro casos por infectados, e aplicando a sua projeção, o Rio Grande do Norte chegaria o dia 15 de maio com 2 milhões de pessoas infectadas, contando com as subnotificações, e 11 mil e 300 mortes.

Maia ressaltou que a Sesap-RN projetou três cenários:

  • Inação, que significa aceitar a disseminação do vírus até que toda a população gere imunidade;
  • Mitigação, que consiste em medidas para conter a propagação do vírus;
  • Supressão, que é a quarentena total.

No primeiro cenário, da inação, haveria 5,1 mil infectados, 56 internados e 43 óbitos no dia 5 de abril (domingo passado), e esses dobrariam em 20 de abril.

Na mitigação, o número de infectados seria 450 e de mortes seria entre 4 a 10 no mesmo período. Segundo Maia, esse é o cenário adotado no Rio Grande do Norte.

A Sesap projetou que em cenário “otimista”, mantendo a mitigação, a evolução de mortes para 370 ao final do mês de abril e podendo chegar a 874 no dia 2 de maio, quando o sistema de saúde entraria em colapso, chegando a 11.378 mortes no dia 15 de maio, quando seria o pico da pandemia no Rio Grande do Norte.

Maia defende supressão total da circulação de pessoas

O secretário Cipriano Maia, baseado na projeção apresentada aos jornalistas, defende que o Estado deve adotar medidas ainda mais rigorosas para manter o isolamento social. Ele disse que o que já foi feito evitou a aceleração da transmissão e, consequentemente, o número de mortes. “Mas, quando olhamos os números e as tendências constatamos a importância de manter as medidas e intensificá-las”, defendeu.

Na opinião dele, o ideal seria a supressão total da circulação de pessoas, mantendo apenas as exceções estritamente necessárias, como alguns países europeus fizeram já depois de a crise instalada. “Somente com medidas mais rígidas de isolamento social poderemos reduzir o contágio e retardar o esgotamento do sistema de saúde, anunciado para o final de abril ou início de maio”, afirmou Cipriano Correia.

Sobre a gravidade da situação, Cipriano alertou que “não precisamos esperar para crer”. Segundo ele, muitas pessoas não têm sintomas, outras podem ter sintomas gripais, mas 15% podem ter quadros graves, e 5% críticos de índice de mortalidade, o que não é desprezível. “Então, as pessoas precisam despertar para a realidade do quadro. Evitar qualquer tipo de contato, de aproximação, de cumprimentos e manter o distanciamento é a regra básica que o mundo tem seguido.”

O secretário de Saúde informou que o Governo do RN está intensificando as ações através de todos os seus órgãos, inclusive, do sistema de segurança para ampliar o isolamento social. O Poder Executivo Estadual também está atuando junto às prefeituras para o cumprimento das normas emitidas por decreto que contribuem para aumentar o distanciamento social.

Fonte: Jornal de Fato

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