Seja bem vindo!

Crise no Oriente Médio – Irã realiza ataques a bases americanas no Iraque

A base iraquiana de Ayn al-Asad, que abriga militares americanos no Oeste do Iraque, foi alvo de uma série de ataques aéreos reivindicados pela Guarda Revolucionária do Irã na noite desta terça-feira. Segundo o Pentágono, “dezenas” de projéteis atingiram o local, que abriga um considerável contingente militar dos EUA — a rede de TV CNN diz que 10 foguetes caíram na base. As informações iniciais do Pentágono dão conta de que não há vítimas entre os americanos, mas pode haver mortos entre os militares iraquianos que estavam nas bases.

Nesta quarta-feira, o exército iraquiano informou que o Irã disparou 22 mísseis em duas bases militares usadas pelas tropas americanas.

“Não há vítima nas fileiras das forças iraquianas”, divulgou o comunicado sete horas após o ataque iraniano em retaliação pelo assassinato do general iraniano Qasem Soleimani.

Instalações em Irbil, no Curdistão iraquiano, também teriam sido atingidas. Em entrevista à rede de TV ABC, um funcionário do governo regional afirmou que dois mísseis aparentemente destinados ao aeroporto internacional foram abatidos pelos sistemas de defesa aérea e um terceiro não explodiu ao atingir o chão.

“Se os Estados Unidos responderem a esse ataque, haverá outros maiores. Isso não é uma ameaça, é um aviso”, disse um comunicado da Guarda Revolucionária lido na TV do Irã.

Já o chanceler do Irã, Javad Zarif, optou por um tom mais baixo: “O Irã tomou  e concluiu medidas proporcionais de autodefesa, baseado no Artigo 51 da Carta da ONU, atacando a base a partir da qual o covarde ataque armado contra nossos cidadãos e altas autoridades foi lançado. Não buscamos uma escalada de guerra, mas iremos nos defender contra qualquer agressão”, escreveu no Twitter, referindo-se ao assassinato, em 3 de janeiro, do general Qassem Soleimani, atingido por um míssil americano quando deixava o aeroporto de Bagdá.

O presidente americano, Donald Trump, se reuniu com sua equipe de segurança nacional, incluindo os secretários de Defesa, Mark Esper, e de Estado, Mike Pompeo. Ele chegou a cogitar fazer um pronunciamento, mas cancelou e adiou para esta quarta-feira. Depois, no Twitter, informou que “até agora, tudo bem”, confirmando indiretamente que não há mortos americanos.

Em suas primeiras declarações, o Pentágono declarou que “está claro” que os mísseis foram lançados do Irã e que tomaria “todas as medidas necessárias para proteger e defender os americanos, parceiros e aliados na região”. O comunicado ainda afirmou que as instalações estavam em “alerta máximo”, uma vez que os militares receberam indicações de que poderia haver um ataque. A instalação de Campo Taji, a cerca de 30 km de Bagdá, também teria sido alvo de foguetes de curto alcance, provavelmente lançados por milícias pró-Irã.

A agências de notícias iraniana Mehr disse que “o objetivo central do ataque era a base de Ayn al-Asad”. Pouco depois dos primeiros relatos sobre o ataque, surgiram vídeos de mísseis terra-terra cruzando os céus do Irã — em comunicado, a Guarda Revolucionária disse que foram lançados “dezenas” de mísseis. Segundo a agência Fars, próxima à Guarda, eram mísseis Fateh-313, que podem atingir alvos a até 500 km de distância. A organização ainda fez um alerta, dizendo que “se ataques forem lançados de bases em seus países contra o Irã, eles serão alvo de uma retaliação militar”.

Esse trecho é visto como uma ameaça aos países do Golfo que abrigam bases americanas e podem servir como pontos de partida para uma eventual resposta militar. No texto, a Guarda Revolucionária diz considerar “EUA e Israel como uma só força”, e defende a saída imediata das forças americanas do Oriente Médio.

O governo iraniano diz que a operação recebeu o nome de “Operação Mártir Soleimani”, sendo iniciada exatamente no horário em que o ex-chefe das Forças Quds foi morto, 1h20 pelo horário local, 19h20 pelo horário de Brasília. Canais em redes sociais ligados ao grupo libanês Hezbollah, aliado de Teerã, publicaram mensagens dizendo que “a vingança começou”. Segundo a agência iraniana Tasnim, existe a possibilidade de o grupo realizar ataques contra Israel caso os EUA lancem uma ação militar contra o Irã.

Globo.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *