Doze policiais civis armados e um preso, que estaria algemado, consegue fugir correndo pelo mato. Pelo mato, isso mesmo. A cena, que mais parece de um filme de comédia, é real e aconteceu no Paço da Pátria, comunidade na zona Leste de Natal. O fujão tinha participado do assassinato de um rapaz de 18 anos.
Na manhã desta sexta-feira(20), parte da cúpula da Polícia Civil do Rio Grande do Norte concedeu entrevista coletiva para explicar, ou pelo menos tentar, como ocorreu a fuga cinematográfica ao estilo pastelão.
Um delegado justificou que o marginal estava algemado e auxiliava os agentes nas buscas pelo comparsa , que também participou do assalto. E de repente, como “The Flash”, o bandido escapou. Caramba, que vagabundo habilidoso: correu nessa velocidade toda e algemado?! Não houve perseguição? A PM não poderia ter sido acionada para dar apoio na diligência?! Os cães farejadores não poderiam ter sido usados? O helicóptero estava disponível?! Alguma facção criminosa teria auxiliado o fugitivo?!
Horas antes, ele acabara de aterrorizar dezenas de pessoas e foi preso dentro de uma escola particular, vizinho ao 3º Distrito Policial, no Alecrim. A prisão foi feita por funcionários da instituição de ensino e um professor de jiu-jitsu. Pode ter sido obra da Sagrada Família! Anônimos viraram heróis e seguraram o sem futuro com a competência que faltou aos policiais para mantê-lo atrás das grades.
Em determinados momentos, a tão propalada integração entre as polícias perde feio para o egocentrismo de alguns e o resultado pode ser um episódio como esse.
A Polícia Civil anunciou a instauração de procedimento administrativo – pense em um nome bonito – para apurar as circunstâncias da fuga de Eudes Leonardo, o “Neguinho”. A sociedade espera uma resposta convincente. Por enquanto, o que se imagina por aí é que “neste mato tem coelho”. Afinal de contas, o assaltante correu muito…