Seja bem vindo!

Monitor da Violência: um ano depois, 73% dos inquéritos de mortes violentas não foram solucionados no RN

Dos 64 casos ocorridos de 21 a 27 de agosto de 2017, 17 foram resolvidos pela polícia. Ministério Público pede remanejamento de policiais para melhorar investigações.
Um ano depois, 73% dos casos de mortes violentas registrados no Rio Grande do Norte, de 21 a 27 de agosto de 2017, não foram solucionados pela Polícia Civil. O levantamento do G1 mostra que do total de 64 casos ocorridos naquela semana de agosto – entre latrocínios, homicídios e suicídios – 17 foram resolvidos pela polícia.
Destes, cinco foram de suicídios, duas pessoas foram mortas em confronto com a polícia e os 10 restantes foram execuções, segundo a polícia. Entre todos esses casos solucionados pela Polícia Civil e remetidos à Justiça, nenhum foi julgado. Ninguém foi condenado.
Os números integram o Monitor da Violência, que é resultado de uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Neste projeto, estão todos os casos de homicídio, latrocínio, feminicídio, morte por intervenção policial e suicídio ocorridos de 21 a 27 de agosto no Brasil. São 1.195 mortes registradas – uma média de uma a cada oito minutos.

Baixa Resolutividade
Dentro desse contexto de falta de resolutividade, quatro promotorias da Região Metropolitana entraram com ações na Justiça para tentar ampliar o efetivo de investigadores em suas comarcas.
A principal reclamação entre agentes e delegados da Polícia Civil é a falta de pessoal para dar conta da quantidade de trabalho, principalmente nos casos de mortes violentas, que demandam mais tempo das equipes.
O Ministério Público do Estado fez um levantamento – a partir de um inquérito instaurado pela 70ª Promotoria de Natal – e apontou uma má distribuição do efetivo da Polícia Civil do Rio Grande do Norte. O estudo resultou em quatro ações civis públicas, por parte das promotorias de Parnamirim, Ceará-Mirim, Macaíba e São Gonçalo do Amatante, pedindo o remanejamento desses agentes para conseguir dar vazão aos inquéritos nessas DPs da Região Metropolitana.
“Inegável se faz lembrar que um dos maiores fatores retroalimentadores da violência é a impunidade. Nesse raciocínio, quanto dos 2408 CVLIs de 2017 foram esclarecidos? Essa pergunta precisa ser respondida e conter propostas de resultados para qualquer gestor que queira quebrar a dinâmica evolutiva da violência”, alerta Ivenio Hermes, especialista em segurança pública e coordenador do Observatório da Violência do RN (Obvio).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *