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86 profissionais de saúde morreram de COVID-19 desde do início da pandemia no RN

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Foram registrados quase 10 mil casos confirmados entre os profissionais da saúde. Dados são do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador. Maior pico de contaminação aconteceu em julho de 2020. Há ainda outras 12 óbitos sendo investigados.

O médico João Joaquim Cavalcante Neto, de 61 anos, conhecido como Doutor João, trabalhava em Natal como pediatra nas UPAs do Potengi e de Cidade da Esperança, além do Hospital dos Pescadores e da UBS de Mãe Luiza durante pandemia da Covid-19.

No início de março deste ano, ele contraiu o vírus e não resistiu à doença, morrendo no dia 29 – após 19 dias de internação no Hospital de Campanha.A família do médico ainda viveu o drama de ver a filha dele, a estudante de medicina Emilly Cavalcante Belarmino, de 25 anos, morrer dois dias depois do pai, também vítima da doença.

Em janeiro deste ano, a enfermeira mossoroense Suely Gurgel, de 40 anos, também perdeu a vida depois de quase dois meses internada lutando contra a Covid-19. Ela morreu sem saber da morte da mãe, um mês antes.Doutor João e Suely estão entre os casos recentes do total de 86 profissionais de saúde que morreram de Covid-19 em todo o Rio Grande do Norte desde o início da pandemia.

Os dados constam em um relatório do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/RN) e foram repassados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) ao G1.Segundo a pasta, ainda há 12 óbitos de profissionais da saúde sendo investigados, para saber se ocorreram por Covid-19. Os dados são referentes até o dia 4 de abril. Seis profissionais estão internados no momento.

Em relação aos casos de Covid-19, o Rio Grande do Norte registrou, ao todo, 9.816 casos confirmados da doença em profissionais de saúde, o que corresponde a uma parcela de 4,9% de todos os casos registrados no estado. Além disso, há 1.586 casos que seguem como suspeitos, além de 7.902 inconclusivos.

Segundo o relatório do Cerest, houve um aumento de casos confirmados em meados de junho de 2020, “o que permite afirmar, que neste período houve uma intensa campanha para testagem dessas categorias, utilizando os testes rápidos”.

O pico de contaminação entre os profissionais da saúde foi no início do mês de julho. O relatório do Cerest diz que esse momento acompanhou “o pico da Covid-19 na população em geral, sendo assim, a causa, a maior aglomeração nas unidades de saúde, e por consequência, maior número de profissionais da saúde contaminados”.

Profissionais mais contaminados

O documento aponta também que a categoria que mais se contaminou foi a de técnicos e auxiliares de enfermagem, com 3.247 casos confirmados – aproximadamente 33% do total dos mais de 9 mil casos entre os profissionais de saúde do RN.Os enfermeiros estão em segundo lugar entre os contaminados: foram 1.553 casos confirmados, que representam cerca de 15,8%. Entre os médicos, foram 789 – 8% do total.

O relatório indica ainda que “cerca de 87% dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde que conseguimos contato desenvolveram apenas sintomas leves e/ou moderados e outros 58% já apresentam cura”. Além disso, 93% dos profissionais disseram que havia EPIs em “quantidade e qualidade adequadas”. Outros 7% alegaram falta desses equipamentos nas unidades da saúde.

Fonte: G1

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