Amigo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou, nesta terça-feira (1º) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem se referiu como um ator “jurídico-político”. “Eu acho que é bom que atores jurídico-políticos leiam a Constituição antes de seguir suas vontades”, disse Mendes, em referência ao terceiro pedido de prisão de Aécio feito por Janot.
Nesta segunda-feira (31), a Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou mais um recurso pela prisão preventiva do tucano, após o ministro do STF, Marco Aurélio Melo, ter negado a medida cautelar no mês passado, alegando que o caso de Aécio não se tratava de flagrante de crime inafiançável, única situação em que a Constituição prevê prisão contra parlamentar em exercício.
O ministro Marco Aurélio, contudo, disse nesta terça que o recurso da PGR deve ser pautado ainda neste mês de agosto em colegiado da Corte. Para isso, afirmou, o tucano deve se manifestar sobre o fato. “Continuo convencido de que a decisão [de junho] é correta. Agora, há um pedido sucessivo de receber o pleito de reconsideração”, ponderou.
O senador é alvo de inquérito no STF por ter sido citado pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, e um de seus depoimentos de delação premiada. Joesley contou aos procuradores que Aécio Neves lhe pediu R$ 2 milhões para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.
O terceiro pedido de prisão contra o senador será analisado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, além do presidente do colegiado e também relator do processo, Marco Aurélio.